Contra o que chamava de “o pior dos impostos” (a inflação), o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciava pacote de medidas pesadas sobre a economia em 1997. Entre as 51 novidades para aumentar a arrecadação federal em R$ 20 bilhões no ano seguinte, estavam aumento médio de 6,3% sobre os combustíveis, inclusive gás de cozinha. A pessoa física também iria pagar mais 10% de Imposto de Renda nos dois anos subsequentes. Foi determinada a demissão de 33 mil servidores sem estabilidade, corte de 15% no custeio e de 6% nos investimentos da União, cancelamento de até 40 mil benefícios da Previdência, aumento de imposto sobre bebidas e redução do crédito para Estados e municípios. O valor da taxa de embarque em voos internacionais, que afetava um número menor de pessoas, dava o maior salto: de US$ 18 para US$ 90.
Operadoras do mercado financeiro avaliavam que o pacote podia não ser suficiente para reverter a tendência de queda na Bolsa. A indústria também previa cenário negativo, com aumento do desemprego. Empresários do setor afirmavam que os aumentos de impostos seriam repassados ao consumidor.