SALÁRIO DOS SERVIDORES

‘Sempre teve ameaças’ diz Zema sobre possibilidade de greve na segurança pública

Policiais civis, militares, penais e bombeiros ameaçam aderir à “estrita legalidade, um estilo de greve da categoria, caso não consigam negociar uma recomposição inflacionária com o governo de Estado

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 04 de maio de 2024 | 15:57
 
 
 
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), negou que haja uma preocupação do estado com a possibilidade de uma paralisação dos servidores da segurança pública. Policiais e bombeiros vem ameaçando uma greve caso não consigam negociar com o governo de estado uma nova proposta de recomposição inflacionárias. Segundo os sindicatos, a categoria não teria correção inflacionária no salário há 7 anos, ocasionando uma defasagem de cerca de 41%. 

Por lei, a segurança pública não pode aderir a uma greve completa. Por isso, a alternativa é o que eles chamam de “estrita legalidade”, também conhecido como “operação tartaruga”. Neste caso, os servidores fazem apenas o básico do que é exigido por lei, tornando todo o processo mais lento. Questionado se está preocupado com essa ameaça, o governador afirmou que está trabalhando para manter o equilíbrio nos cofres públicos:

“Nós sempre tivemos essas ameaças e quem sofre com isso é a população. Eu até acho que a população gostaria muito de ter algo próximo do que muitos servidores ganham, então nós temos de olhar o interesse global do estado. Sei que o servidor merece mais, estamos fazendo o possível, mas nesse momento nós ainda temos gente sem emprego, gente sem renda, e eu não vou deixar os alunos sem merenda, ou o mineiro sem remédio”, declarou Zema durante evento do partido Novo, realizado na região centro-sul de Belo Horizonte. 

Recomposição salarial dos servidores

O governador também respondeu sobre as críticas que vem recebendo devido ao projeto de lei que encaminhou à Assembleia Legislativa, prevendo um reajuste de 3,62% no salário dos servidores estaduais. O valor é mais baixo do que a inflação de 2023, que pelo IPCA registou 4,62%. 

“Eu encargo com muita naturalidade as críticas, eu gostaria de dar um reajuste de 30%, só que nós temos de dar um reajuste de acordo com o recurso que o governo tem. Eu não serei irresponsável de voltar a atrasar pagamentos, de entregar para o meu sucessor um estado arrasado, como eu assumi. Não concordo com quem não enxerga a situação de Minas, é só pegar os números que são transparentes para ver como está a situação financeira do estado. Quem sabe como está, sabe dos limites que nós temos”, afirmou o governador. 

Evento do Novo

Romeu Zema esteve presente, no início da tarde deste sábado (4), em um encontro estadual do partido Novo. Ao lado da secretária de Estado, Luísa Barreto, que também é pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, o governador falou para filiados e pré-candidatos de diversas cidades mineiras. 

Também estiveram presentes no evento o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, a deputada federal por São Paulo Adriana Ventura, o presidente estadual do Novo, Christopher Laguna, e os três vereadores de Belo Horizonte pelo partido: Bráulio Lara, Marcela Trópia e Fernanda Pereira Altoé.

 

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