Rafael Dantas - Amcham

Como atrair e reter talentos nas empresas em 2024

Cinco pontos de melhoria para as empresas

Por Rafael Dantas
Publicado em 04 de novembro de 2023 | 07:30
 
 
 
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O Brasil é o país com o maior índice de rotatividade no mercado de trabalho, segundo levantamento realizado pela empresa Robert Half, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2023. O aumento de 56% no turnover e o crescimento no número de desligamentos voluntários (33% para 48%) chamam atenção para a necessidade de medidas que fomentem a retenção de talentos.

Nessa perspectiva, é importante destacar o resultado de recentes pesquisas internacionais realizadas entre os meses de janeiro e junho de 2023 pela Randstad, consultoria global de soluções de recursos humanos. O trabalho resultou em um guia de tendências para 2024, que traz cinco pontos de melhoria para as empresas que desejam atrair e reter talentos.

A primeira tendência diz respeito ao crescimento profissional. O estudo revelou que 30% dos trabalhadores brasileiros buscam outros empregos diante da falta de oportunidade para o crescimento. Portanto, é muito importante que as empresas construam planos de carreira, já que isso oferece uma visão de futuro dentro da organização. Mas a corresponsabilidade do funcionário também é essencial no movimento de progressão.

Outro dado relevante é que 72% dos participantes da pesquisa veem o trabalho como uma parte importante da vida, mesmo que não encontrem prazer imediato nele. Porém, 38% da geração Z já saíram de um emprego que não dialogava com seus objetivos pessoais. Dessa forma, garantir uma experiência de trabalho mais humana é outra tendência. As empresas precisam estabelecer o diálogo cotidiano e a transparência entre os times e a diretoria, de maneira que o ambiente laboral seja seguro e equilibrado emocionalmente.

Remuneração e benefícios compõem um dos principais critérios de escolha por parte do empregado. Sobre essa terceira tendência, vale ressaltar que as organizações devem oferecer salários atrativos, mas precisam garantir também a sustentabilidade e a perenidade do negócio. Apesar de a remuneração não ser um fator de engajamento, é importante para a retenção de talentos e deve vir acompanhada de uma avaliação das concorrentes de mesmo segmento no mercado, bem como de ajustes de possíveis desigualdades.

Por fim, as duas outras tendências destacam a importância de práticas ESG e a construção de propósito e pertencimento nas organizações. Uma das pesquisas revelou que 77% dos entrevistados acham importante que o empregador tenha valores bem definidos sobre sustentabilidade, diversidade e transparência. Outro estudo apontou que 54% dos participantes não ficariam em um trabalho em que não tivessem a sensação de pertencimento.

Não há como negar as mudanças geracionais e culturais no mercado. O que influencia nesse cenário é a disposição das empresas de adotar práticas cotidianas mais sustentáveis, de incentivar a formação contínua de lideranças e de promover uma participação coletiva no processo de crescimento de cada organização.

Rafael Dantas é diretor da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte

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