Rafael Dantas

Geração Z

Transformação do mercado e das formas de consumo

Por Rafael Dantas
Publicado em 07 de outubro de 2023 | 07:10
 
 
 
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A geração Z, composta pelas pessoas nascidas entre 1995 e 2010, já soma mais de 30 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mundo dos negócios, é necessário se adaptar às novas formas de consumo, comportamento e à presença massiva dessa nova geração nas redes sociais.

Nos Estados Unidos, se a geração Z for somada à geração Millennials (1980-1995), elas representam quase metade da população. Como força de trabalho, o número chegará a 65% até 2030. O estudo, feito pela NeoAssist em 2023, traz dados importantes sobre o impacto nas formas consumo. Por exemplo, entre 2021 e 2023, a geração Z passou de 37,2 milhões para 45,5 milhões de pessoas que compram online. Mais de 70% dos indivíduos dessa faixa etária afirmam que influenciam a família em decisões como a compra de produtos.

Sobre o consumo de conteúdo nas redes sociais, o que predomina na geração Z são os vídeos entre 15 e 30 segundos, além dos serviços de streaming. Entretanto, apesar do comportamento digital, o estudo da NeoAssist demonstra que 81% desses jovens preferem comprar em loja física e 73% gostam de descobrir novos produtos presencialmente. Aqui percebe-se o conceito de “omniconsumidores”, que são os novos consumidores presentes em várias plataformas, com jornadas de compra mais dinâmicas e personalizadas.

A pergunta crucial que fazemos é: como as empresas devem se adaptar à nossa realidade? É importante dar atenção ao conceito de marketing full service, que inclui os processos online e offline. O Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo, segundo estudo da Comscore.

Nesse sentido, se o mercado aponta a necessidade da presença das marcas no digital, permanecer fora dele é também um erro grave. Por outro lado, não basta também apostar apenas no marketing de dados, os anúncios nas redes sociais. Decisões na área de marketing devem fugir das visões simplistas e considerar a complexidades das interações das pessoas com as marcas no mundo de hoje.

Uma pesquisa feita pelo Opinion Box, em 2022, destaca que o principal motivo para compras online está nos melhores preços. Já nas lojas físicas, o que atrai os consumidores é a possibilidade de experimentar ou trocar o produto. Além disso, outro dado importante é que 72% dos entrevistados esperam que as empresas saibam reconhecê-los como indivíduos únicos e identificar seus interesses, e 73% preferem comprar de marcas que já tiveram experiências personalizadas e positivas.

Embora muitas empresas invistam em pesquisas de mercado, análises de dados e estratégias específicas para a geração Z, é importante lembrar que cada negócio é único e as abordagens devem ser adaptadas de acordo com o setor, público-alvo e metas comerciais.

Portanto, refletir sobre os comportamentos da geração Z não é padronizar formas de marketing, mas fazer questionamentos: como está a presença da marca no mundo digital e no mundo offline? E a avaliação do atendimento ao cliente? Qual a experiência do cliente no estabelecimento físico? As ações estão integradas e alinhadas à personalidade da marca? A empresa conhece de fato os interesses dos seus clientes?

Os dados reforçam que a geração Z já constitui uma parcela significativa da sociedade, o que demanda mudanças nas formas de consumo e relacionamento. A nova realidade dos negócios, ainda que desafiadora e complexa, abre um leque infinito de oportunidades para quem se preparar aproveitá-las.

Rafael Dantas é diretor da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte

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