A Procuradoria Geral da República (PGR) devolveu o inquérito sobre os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ao Supremo Tribunal Federal (STF). O órgão solicitou mais informações sobre as investigações para a Polícia Federal (PF). Com esse pedido, o ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 60 dias para que a corporação dê mais esclarecimentos sobre o caso. As informações são do jornal O Globo.
O deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Brazão, são suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Eles foram presos no último domingo (24), assim como o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. O policial é acusado de atrapalhar o andamento das investigações.
A PF tinha dado o caso como encerrado após as prisões no último domingo, e enviou o inquérito para a PGR decidir se denunciaria os suspeitos. Com esse pedido de aprofundamento de diligências, o processo volta para os investigadores. Agora, eles vão apresentar mais fundamentos para argumentar sobre as prisões dos irmãos Brazão e de Rivaldo. Os três, no entanto, continuam detidos em presídios federais.
Na manhã de segunda-feira (25), a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, de forma unânime, as prisões dos três suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson, ocorridos em março de 2018. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, diante de relatório da PF que apontou crime político, motivado pelo fato de Marielle contrariar interesses da milícia e a grilagem de terras na Zona Oeste do Rio.
A Câmara dos Deputados ainda deve decidir, no próximo mês, se mantém a prisão de Chiquinho Brazão. Sempre que um deputado federal tem a prisão decretada durante o exercício do mandato, cabe à Câmara votar, em plenário, se mantém ou não a decisão do Poder Judiciário. Na época do crime, ele era vereador do Rio de Janeiro. Além disso, ele responderá a um processo de cassação de mandato no Conselho de Ética do Legislativo. Tanto Chiquinho quanto os outros acusados negam participação no crime.