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Sambista famosa em BH alerta fãs: 'não é porque fiz cirurgia que podem passar a mão em mim'

A artista publicou um vídeo em seu perfil do Instagram relatando os episódios ocorridos no fim de semana


Publicado em 07 de maio de 2024 | 12:57
 
 
 
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A sambista Adriana Araújo, tradicional nas rodas de samba de Belo Horizonte, utilizou as redes sociais para alertar seus fãs sobre assédio sexual. A cantora disse ter sido vítima desse tipo de violência no último fim de semana, durante apresentações na capital mineira. Adriana nasceu na Pedreira Prado Lopes, na região da Lagoinha, berço do samba na cidade.

"Eu fiz cirurgia. Coloquei silicone, fiz lipoaspiração, abdominoplastia. Não sei o que está passando na cabeça de algumas pessoas. Não é porque fiz a cirurgia que podem passar a mão em mim, bater na minha bunda", disse a artista em um vídeo publicado no seu perfil do Instagram.

Veja vídeo:

Adriana disse que o comportamento de alguns fãs a deixou constrangida durante a apresentação. "Algo que nunca aconteceu na minha vida, isso é muito invasivo", continuou. A artista comparou o episódio vivenciado como o enfrentado por uma pessoa que é vítima de racismo. "Sabe quando alguém sofre racismo e fica sem reação? Me senti nesse lugar também", exemplificou.

A sambista pediu para que seus fãs não repitam os gestos nas próximas apresentações. "Não quero que as pessoas ultrapassem o limite achando que porque fiz cirurgia vou ser corrimão ou pandeiro de alguém. Fiz a cirurgia para mim, para a minha saúde mental, para olhar no espelho e me sentir bem, confiante e segura do meu papel", finalizou.

Estupro, importunação sexual ou assédio? Saiba diferenciar os crimes

A delegada Karine Tassara, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Belo Horizonte, explica a diferença entre os crimes de estupro, importunação sexual e assédio. 

Estupro

  • De acordo com Tassara, o estupro é o ato de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter relação sexual ou a praticar outro ato libidinoso. “No estupro, nós temos uma conduta que coíbe a liberdade da vítima de forma violenta e grave. É um crime mais grave que a importunação sexual”, diz a delegada.

  • Pena: de 6 a 10 anos de reclusão. Mas, se o estupro resultar em lesão corporal grave, ou a vítima tiver entre 14 e 18 anos, a pena é de 8 a 12 anos. Já se a vítima morrer por causa do estupro, a pena será de 12 a 30 anos.

Importunação sexual

  • “É a prática, sem consentimento, de ato libidinoso contra alguém com o objetivo de satisfazer os seus prazeres sexuais ou de terceiros. Nós podemos citar a famosa encoxada, o beijo roubado, passar as mãos nas partes íntimas, tudo isso é crime”, informa a delegada. 

  • Pena: de um a 5 anos de reclusão, com possível aumento dependendo da gravidade do caso. “Importante lembrar que caso o suspeito seja preso em flagrante por importunação sexual, não cabe fiança na sede da delegacia. O suspeito será encaminhado para o sistema prisional até a audiência de custódia, quando o juiz determinará se ele ficará preso”, explica Tassara. 

Assédio sexual

  • A delegada afirma que, nesse caso, há uma característica específica do crime. “O agressor precisa estar na condição de superior hierárquico ou ter alguma relação de trabalho com a vítima. Por exemplo, um chefe realiza investidas contra a sua subordinada no intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, e a vítima fica constrangida, porque precisa daquele trabalho. Isso é assédio sexual”, diz. Também é assédio quando o crime acontece entre colegas com a mesma função. 

  • Pena: de um a 2 anos. Se a vítima for menor de idade, a pena é aumentada em até um terço. 

Saiba como pedir ajuda

  • Ligue 180 – Para orientação às mulheres em situação de violência e denúncia
  • Ligue 190 – Se ouvir gritos ou sons de briga e para emergências
  • Ligue 192 – Para emergência médica
  • Disque 100 – Para casos de agressões a crianças e idosos
  • Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos da Mulher em Situação de Violência (Nudem-BH). Contato pelo e-mail nudem@defensoria.mg.def.br ou pelos telefones: (31) 98475-2616 / 98464-3597/  98239-8863 / 98306-1247
  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher: 3330-5752
  • Centro Especializado de Atendimento à Mulher Benvinda: (31) 98873-2036/ ceambenvinda@pbh.gov.br
  • Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna): (31) 3270-3235 / 3270-3296
  • Casa de Referência da Mulher Tina Martins: (31) 3658-9221 ou pelo e-mail casatinamartins@gmail.com
  • Promotoria de Justiça Especializada no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (31) 3337-6996/ mariadapenha@mpmg.mp.br

Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania de BH

 

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