A obesidade é uma doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Por isso, precisa de tratamento como qualquer outra enfermidade. Um remédio, como o Ozempic, pode auxiliar no processo, que é prolongado, mas sozinho não é eficiente.
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Conforme Fernando Valente, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o uso do medicamento para tratar a obesidade deve ser contínuo para obter benefícios, mas o uso transitório – aquele feito por quem não faz exercício, está estressado e tem alimentação ruim – é ineficiente.
“A indicação mais forte é mudar o estilo de vida, porque a tendência da pessoa que perde peso é ganhar de novo. O corpo sempre tenta fazer a pessoa recuperar peso, porque pode soar como uma ameaça a perda repentina de 5 kg”, exemplifica o médico.
Por isso, ele e outros especialistas lembram que somente uma mudança no cronograma alimentar e a adoção de uma rotina de atividade física podem ajudar – tanto a obesos quanto a pessoas que têm poucos quilos acima do Índice de Massa Corporal (IMC) considerado de referência.
Para a OMS, qualquer quantidade de exercício físico é melhor do que nenhuma. A recomendação é de pelo menos três a cinco horas de atividade de intensidade moderada por semana para todos os adultos, e uma média de uma hora de movimentação aeróbica moderada por dia para o público infantojuvenil.
Consolação Oliveira, médica especializada em nutrologia e fisiologia hormonal, ensina que quem quer emagrecer deve ficar de olho nas calorias dos alimentos.
“Homens têm taxa metabólica maior, e mulheres, menor. Se nós entendemos que um hambúrguer tem 800 calorias, e você tem uma taxa metabólica de 1.500 calorias, ao comer dois hambúrgueres, já deram 1.600 calorias. Ou seja, ultrapassou. É importante, portanto, trocar alimentos, conhecer as calorias de cada um deles e a quantidade de açúcar que vem escondido neles”, orienta a médica.
Outra dica é desembalar menos (produtos industrializados) e descascar mais (frutas e legumes) – premissa da comida de verdade.