O 3º Concurso Mundial de Queijos de São Paulo terminou com um brilho mineiro. Conhecido internacionalmente pela tradição queijeira, o Estado se destacou durante a premiação, com 24 medalhas super ouro, 52 de ouro, 61 de prata e 63 de bronze. Ao todo, o concurso avaliou mais de 2 mil amostras de 14 países.
A região da Zona da Mata mineira foi uma das mais premiadas. Foram 19 medalhas distribuídas para os produtores da região, sendo quatro de ouro.
Uma das mais premiadas foi a Troço Bom Roceria, da cidade de Chiador, que fica há cerca de 80km de Juiz de Fora. Foram quatro medalhas conquistadas, uma de cada categoria. “Três dos nossos premiados são produtos que estamos fazendo desde o início, que estamos aprimorando há um tempo, mas não achávamos que estávamos preparados para participar de concursos. Já o vencedor da medalha super ouro, o queijo Primeira Estação, ainda estamos em fase de teste e desenvolvimento, por isso foi muito bom ver ele ganhar uma premiação tão alta. Isso significa que estamos no caminho certo”, afirmou Thaís Puello, uma das responsáveis pela queijaria ao lado do irmão Thiago e do marido Márcio Jogaibe.
Outro queijo mineiro vencedor da medalha de ouro foi o Sítio Primavera, de Lima Duarte. Criado pelo casal Maria Elisa de Almeida e Jorge Coutinho, eles já foram premiados em outros concurso com o queijo minas maturado, mas, dessa vez, o prêmio veio com um produto inédito. “Eu tinha um problema com queijos que eu fazia e ficavam fora do meu padrão de qualidade, seja por um tamanho ou formato alterado, ou quando racham. Esses queijos eu não vendia e não sabia o que fazer. Passei a usá-los para fazer o meu requeijão e, pelo jeito, deu bastante certo”, comentou Maria Elisa.
Com queijos famosos por sua consistência, sabor suave, mas levemente ácidos, a microrregião de Serro também foi bastante premiada no concurso. Na visão de um dos jurados no concurso e, também, produtor de queijos na fazenda Sobrado, em Paulistas, Nonato Santa Rita, as premiações reforçam cultura e tradição e posicionam ainda mais os produtos no mercado, possibilitando o aumento da renda para o produtor rural.
Com o paladar mais apurado, conhecimento em análise sensorial e com a experiência de ter participado de um concurso queijeiro na França, Nonato transfere para sua queijaria tudo que trouxe na bagagem. "A oportunidade de estar à frente em um mundial, ter contato com queijos de diversas regiões do Brasil e do mundo, faz com que a gente tenha uma visão diferente do que produzimos. A gente nunca para de aprender com o queijo”, comentou o jurado, que também foi medalhista de ouro com o queijo Sô Toní.
Parte dos produtores premiados são abraçados por cursos e pela Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar, na região da Zona da Mata. “Ficamos felizes pelo sucesso dos produtores da nossa regional, ainda mais de saber que pudemos participar e contribuir para a construção deste resultado. Nosso foco é ajudá-los a se adequarem às normas sanitárias vigentes, obtendo um maior rendimento e qualidade do produto para que, assim, possam ter mais rentabilidade e qualidade de vida”, disse Emerson Simão, gerente regional do Sistema Faemg Senar em Juiz de Fora.