O decreto de Donald Trump oficializando o tarifaço contra o Brasil isentou quase 700 produtos, mas não poupou o agronegócio brasileiro. Apenas dois produtos do setor agrícola — castanha-do-pará e suco de laranja — escaparam da nova tarifa. Já o café, um dos produtos mais exportados pelo país para os norte-americanos, será alvo da taxação.

Mesmo após a assinatura do decreto, previsto para começar a valer na próxima quarta-feira (06/7), o agro insiste na possibilidade de novas negociações com os EUA a fim de aliviar os impactos especialmente no setor cafeeiro. “Acabei de falar com a senadora Tereza Cristina, que está nos EUA, vindo para o Brasil, e ela disse que vamos ter que continuar negociando. Precisamos de diplomacia para que a gente continue dando condição e desenvolvimento para os nossos produtores rurais mineiros”, pontua o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg Senar), Antônio de Salvo, em vídeo publicado em suas redes sociais.

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Em nota oficial, a Faemg defende “uma solução técnica e diplomática, que preserve a segurança jurídica e a estabilidade comercial, garantindo a continuidade das exportações e a proteção de uma cadeia produtiva que gera milhões de empregos no país”. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também diz ter esperança de novas negociações com o governo norte-americano para isentar o produto.

Os EUA são o maior consumidor de café no mundo, e quase um terço da bebida no país é importado do Brasil. Em 2024, Minas Gerais exportou US$ 1,5 bilhão em café para os EUA. Mas, mesmo que em menor volume e qualidade diferente, os norte-americanos têm algumas alternativas de importação, especialmente da Colômbia e do Vietnã, o que ameniza sua dependência dos brasileiros.