Articulação

Após eleição, participação de novos aliados na gestão Kalil é incógnita

Coligação vitoriosa do prefeito de Belo Horizonte foi formada por sete legendas, além do PSD

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 17 de novembro de 2020 | 17:00
 
 
 
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Quando foi eleito em 2016 para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Alexandre Kalil contava com o apoio de apenas dois partidos: a Rede e o PV. Agora, quatro anos depois, o prefeito foi reeleito em um arco de alianças bem mais amplo: além de manter os dois apoios da eleição passada, Kalil conseguiu trazer para sua coligação mais cinco partidos: PP, MDB, PDT, Avante e DC.

Com a vitória nas urnas e mais quatro anos de mandato, o passo seguinte será definir qual a participação dos partidos aliados na gestão a partir de 2021. O prefeito já convidou todos os secretários atuais a permanecerem em seus cargos no próximo mandato, o que indica que deve haver pouco espaço para os novos aliados emplacarem nomes no primeiro escalão da PBH.

Em entrevista nesta terça-feira ao quadro Café com Política, do Super N Primeira Edição, programa da rádio Super 91,7 FM, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado Agostinho Patrus (PV), disse que seu partido não está preocupado em ocupar espaços na administração municipal.

“Essa não é a nossa prioridade e nunca foi no mandato anterior do prefeito Kalil em Belo Horizonte. Nós o apoiamos desde o primeiro momento”, argumentou Patrus.

Ele atribuiu o apoio à administração realizada. “Nós analisamos que o prefeito fez uma grande gestão em Belo Horizonte. Quem faz essa análise não sou eu, é a população, que o consagrou com uma das maiores votações municipais entre as capitais do Brasil”, completou.

Já o presidente do PP em Minas Gerais, o deputado federal Marcelo Aro, disse que o partido já apoia a gestão de Kalil neste primeiro mandato e, por isso, já se sente parte da administração. Em 2016, sob outra direção, a sigla apoiou João Leite (PSDB) na disputa pela PBH, mas acabou se aliando ao atual prefeito nos anos seguintes. Naquela eleição, Kalil era filiado ao PHS, partido hoje extinto, do qual Marcelo Aro também era filiado e depois se tornou presidente.

“O PP se sente parte do governo Kalil, já caminhou com ele no primeiro mandato. A gente quer continuar dando sustentação para ele”, disse Aro, que classificou a sigla como parte da base de apoio do prefeito na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O PP elegeu quatro vereadores e terá a segunda maior bancada a partir do ano que vem, perdendo apenas para o PSD, partido de Kalil, que elegeu seis vereadores.

Marcelo Aro acompanhou a apuração e a divulgação do resultado da eleição no apartamento de Alexandre Kalil no último domingo (15). Segundo ele, na condição de base do governo, o PP tem o desejo de participar da gestão. Questionado se a participação envolveria a indicação de nomes para secretarias, por exemplo, Aro respondeu que, por enquanto, não há articulações nesse sentido.

“O prefeito ainda não iniciou essas conversas. Estamos aguardando”, afirmou. Ele destacou também que o PP foi o segundo partido que mais elegeu prefeitos e vereadores nestas eleições em todo o Brasil, além de ser a terceira maior legenda em termos de tempo de televisão. Dentre os partidos da coligação de Kalil, o PP foi o que agregou maior tempo de propaganda eleitoral: 41 segundos a cada bloco de 10 minutos do horário eleitoral gratuito. O prefeito tinha, no total, 2 minutos e 46 segundos por bloco.

A reportagem tentou contato com representantes do Avante, do PDT e do DC, mas não obteve retorno.

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