O Tempo Checagem

É verdade que Kalil assumiu erro pelas 1900 covas abertas em cemitérios de BH

Prefeito deu declaração em entrevista para emissora de rádio no dia 30 de junho

Por Carlos Amaral
Publicado em 16 de setembro de 2020 | 20:32
 
 
 
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Uma imagem que circula pelas redes sociais afirma que o prefeito de Belo Horizonte assumiu o erro pelas 1900 covas abertas nos cemitérios de BH. Segundo a postagem, as sepulturas serviriam para “supostas vítimas da Peste Chinesa”, uma forma de não reconhecer ou amenizar a gravidade da pandemia do novo coronavírus, declarada em 11 de março pela Organização Mundial de Saúde. Finalmente, a peça acusa Kalil de ser o responsável pela falência de diversos comerciantes.

A Agência O Tempo Checagem foi conferir a veracidade da declaração.

Veja aqui todas as apurações feitas pela Agência O Tempo Checagem.

Ainda início da pandemia, no mês de abril, a prefeitura da capital anunciou que estava abrindo preventivamente 1900 covas nos cemitérios da capital. A medida foi parte de um plano de contingência para evitar a falta de locais para sepultamento em um dos possíveis cenários de agravamento da crise. No entanto, a cidade não atravessou um período de elevação exponencial do número de mortes e no dia 30 de junho, Kalil deu a declaração para a Rádio Itatiaia. Até aquele dia BH só havia registrado 136 óbitos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Na declaração, dada no final da entrevista, Kalil disse ter xingado muito na prefeitura sobre a ação, mas que assumia o erro sem problema algum: “Houve um pregão a firma apresentou o menor preço, nós abrimos, estão abertas. Cova aberta não estraga, não dá defeito, não apodrece. Vamos chegar a 1.900 mil mortes um dia em Belo Horizonte, e que esse dia esteja muito longe. Eu não sabia disso, mas assumo o erro, sem problema nenhum. Xinguei muito isso aqui (na prefeitura). A culpa é minha mesmo", disse Kalil.

Nos números divulgados nesta terça-feira (15) pela Secretaria de Estado de Saúde, Belo Horizonte já teve 36.674 casos da doença e 1.127 mortes durante a pandemia. Como comparação, Fortaleza (CE) já registrou 3.810, a cidade do Rio de Janeiro alcançou 10.119  e São Paulo – capital – 12.003 óbitos. Belo Horizonte não figura nem entre as 10 cidades com mais mortes pela doença segundo dados do Ministério da Saúde.

Portanto, é verdade que Kalil assumiu erro pelas 1900 covas abertas nos cemitérios de BH.

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