Desafio

Eleições 2020: Aumentar o efetivo da Guarda é principal promessa em Contagem

Monitoramento por câmeras em plataforma que inclui aparelhos privados é outra proposta

Por Rômulo Almeida
Publicado em 08 de outubro de 2020 | 06:00
 
 
 
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As propostas dos candidatos à Prefeitura de Contagem para a segurança pública variam desde as mais tradicionais, como o aumento do efetivo da Guarda Civil, até as mais tecnológicas, como a implantação de sistemas de videomonitoramento. O atual efetivo da corporação no município da região metropolitana da capital é de 406 agentes, segundo a atual administração da cidade. E o artigo 144 da Constituição Federal define que a segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, e permite que os municípios criem guardas para a defesa de seus bens, instalações e serviços. 

Para o advogado Wellington Silveira (PL), esse número de servidores é insuficiente para que a guarda cumpra sua missão, e o ideal é que novas contratações fossem feitas. “Vamos precisar elevar o efetivo da Guarda para pelo menos 800 agentes e criar um plano de carreira para que eles trabalhem com mais motivação”, diz o candidato sobre a promessa citada com maior frequência pelos postulantes à prefeitura. 

O impacto dessas contratações nas contas do município seria compensado por cortes em cargos sem provimento por concurso público.

“Vou governar essa cidade cortando com muito rigor os cargos por indicação política. Teremos uma redução considerável do número de cargos comissionados. Por isso meu partido, o PL, tem apenas uma composição, com o PSDB, justamente porque não terei condições de distribuir cargos, porque conheço a realidade orçamentária de Contagem. Temos uma folha de pagamento na ordem de R$ 50 milhões por mês, e grande parte disso se refere a cargos comissionados”, justifica o candidato. 

A última turma de guardas civis foi formada no ano de 2018, alcançando o total atual de 406 agentes. A instituição conta com 57 viaturas, sendo 15 motos e 42 veículos. Hoje, os servidores portam arma calibre .40 e coletes à prova de bala. 

Vídeo

A intenção de usar câmeras para monitoramento faz parte do projeto de governo do militar reformado Coronel Fiúza (PTC). Com algumas variações, ele se inspira em iniciativas de outras cidades, como em São Paulo (SP), em uma proposta para modernizar o Olho Vivo, programa de monitoramento da cidade desde 2008. No caso da capital paulista, a plataforma conecta câmeras privadas a de instituições públicas, e o interessado em compor a rede deve pagar uma taxa em dinheiro. 

“A prefeitura pode instalar sistema de videomonitoramento. Temos cidades no Brasil que têm, acopladas às luminárias da iluminação públicas, câmeras que conseguem fazer reconhecimento de face, leitura de placa. E essas câmeras seriam ligadas a uma central”, explica o militar. Ele explica que o projeto seria colocado em prática com a ajuda de investidores e com o dinheiro recuperado do combate à corrupção. 

Sobre possíveis implicações referentes à privacidade o envolvendo o monitoramento por empresas privadas, Coronel Fiúza esclarece. “Você não pode usar a imagem para outros fins, mas para fins de segurança pública, pode”, afirma. 

Esporte

Investir no monitoramento por meio de câmeras de segurança e em melhorias para os agentes da Guarda Civil de Contagem também fazem parte do programa de governo do vereador e candidato à prefeitura Ivayr Soalheiro (PDT)

“Nós propomos a capacitação da Guarda, (investimentos) no monitoramento eletrônico, principalmente das principais vias comerciais da cidade. Para isso, nós vamos trabalhar juntos com Estado e com a União”, propõe. 

 O candidato do PDT afirma ainda que vai estimular a criação de programas sociais e esportivos na cidade. “Vamos promover a inserção social para tirar o jovem da criminalidade”, justifica.

Integração

Prevenção e integração norteiam o projeto de Marília Campos (PT) para a segurança pública em Contagem. “Você deve cuidar dos espaços públicos para que eles sejam seguros, sempre ocupados por atividades, para que não se tornem espaço para práticas inconvenientes”, diz. 

A Guarda, na visão de Marília, deve se unir às outras instituições de segurança do Estado. “Ela deve se integrar aos órgãos que têm competência principal na segurança, como a Polícia Militar e a Polícia Civil. A Guarda já está estruturada. Temos que ter um trabalho de fortalecimento e estímulo, principalmente na organização do espaço urbano, na fiscalização e no apoio”. 

Marília defende que o Centro de Defesa Social da cidade não conversa com as forças de segurança. “Nosso esforço deve ser de integrar, já que a Guarda não tem como tarefa a repressão. O trabalho da Guarda é de prevenção”.

Sem resposta

Como anunciado antes do início da corrida eleitoral, a Sempre Editora vai nortear sua cobertura das eleições pelas pesquisas contratadas junto à consultoria Quaest. Os quatro candidatos mais bem colocados terão prioridade na divulgação de seu plano de governo e de seus compromissos. 

 Segundo pesquisa do dia 5, Marília lidera com 40% dos voto, seguida por Doutor Wellington, com 4%. Em terceiro, Coronel Fiuza, com 3%. Empatados em quarto estão Wellington Silveira, Alfredo, Ivayr Soalheiro e Professor Irineu, com 2%. Doutor Wellington, Professor Irineu e Alfredo foram procurados, ficaram de retornar a ligação, mas não o fizeram até a conclusão desta reportagem.

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