Prefeitura

Eleições 2020: Candidatos de Nova Lima querem valorizar artista local

Ideias vão de plano de recuperação para cultura a shows transmitidos online

Por Bruno Menezes
Publicado em 21 de outubro de 2020 | 06:00
 
 
 
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Mesmo na Onda Verde do programa Minas Consciente, do governo de Minas, que permitiria uma abertura mais ampla do comércio e de outros serviços da cidade, Nova Lima, na região metropolitana da capital, ainda não tem data para reabertura de cinemas e teatros. A indefinição se dá porque o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 avalia que o município ainda não atingiu números aceitáveis para a liberação desses locais. De acordo com o Boletim Epidemiológico da prefeitura de ontem, 42 óbitos pelo novo coronavírus já foram confirmados na cidade e 3.921 casos foram registrados. 

Com a pandemia ainda impedindo a retomada das atividades culturais, a classe artística pede socorro. 

O atual vice-prefeito, João Marcelo Dieguez (Cidadania), reconhece a situação difícil em que se encontra a classe artística e se compromete a incluir os profissionais em seu plano de recuperação econômica, caso seja eleito. Ele também coloca como ponto positivo da gestão atual, da qual faz parte, a reabertura da escola de música da cidade.

“O poder público vai criar, através de parcerias com associações comunitárias da cidade, ações que estimulem a valorização do artista nova-limense. Contratar os profissionais de Nova Lima, priorizá-los. Oferecer oportunidades que sejam adequadas, com estrutura de qualidade, além de incentivar essas atividades em feiras locais e festividades comunitárias”, pontua o candidato à prefeitura. 

O vice-prefeito também afirma que tem conversado com o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 e monitorado a situação de perto. “A informação que eu tive no comitê é que, apesar de a nossa região estar na Onda Verde, os índices locais ainda não permitem isso (reabertura cultural). Foi a informação que o secretário de Administração e o presidente do comitê me passaram”, justifica o político. 

Mais acessível

O vereador Wesley de Jesus (DEM) quer promover a descentralização da cultura local para que os moradores de todos os bairros de Nova Lima tenham acesso às atividades.

“Nós temos um projeto hoje que não atende todos os bairros, mas temos nele mais de 600 meninos e meninas na escola de balé, temos aulas de violão para pessoas de bairros mais pobres, oficinas de corte e costura, várias exposições. Temos muita coisa boa e que podemos explorar”, afirma o candidato. 

O parlamentar democrata também destaca um projeto de lei enviado para a Câmara Municipal que prevê autorização para que as atividades culturais sejam oferecidas de forma virtual. 

“Tem ainda outro projeto de lei, de minha autoria, no qual a gente prevê que a prefeitura iria alugar o espaço de um bar, onde teríamos um show, e esse show seria transmitido ao vivo pelas plataformas da prefeitura. É uma forma de ajudar os artistas. Estamos tentando nos reinventar no pós-pandemia”, argumenta o candidato à prefeitura.

Cacs e burocracia

O ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PDT) quer que a prefeitura garanta espaços para apresentações culturais e o retorno dos Centros de Atividade Culturais (Cacs) para promover o acesso da população à cultura. 

“Nos Cacs a mão de obra era aproveitada para aulas em escolas, formação de músicos, artistas plásticos, artistas circenses, de teatro e tudo mais. A gente primava por recrutar para esses espaços, a mão de obra local, os artistas locais”, diz, frisando que investir na cultura também significa investir na economia local. “A pessoa que vai ao teatro, come pipoca, faz um lanche na praça, sai para jantar depois. Movimenta a economia local”, afirma. 

A valorização do artista local também é uma das metas de Dr. Juarez (Solidariedade). O advogado cita que as praças, por exemplo, podem ser usadas para retomar as apresentações culturais. “A vida cultural de Nova Lima pode ser muito bem trabalhada. Inclusive com aquelas bandas, fanfarras antigas. Nós temos três aqui, uma delas é secular”, defende. 

O político também diz que pretende acabar com a burocracia para a prefeitura autorizar os espetáculos na cidade e criar um calendário anual de apresentações culturais.

Soldado Flávio de Almeida (PT) defende a criação de centros culturais para ampliar o acesso do morador à cultura local e estimular a economia. “Reestruturar, ampliar e tornar acessível. Criar centros de atividades culturais para teatro, escola de música, de dança e outras oficinas. Se a gente conseguir envolver a juventude e os mais velhos, a gente resolve o problema muito rápido”, diz.

Conselho

Para promover a cultura, o candidato Sérgio Americano Mendes (Podemos) prevê o fortalecimento do Conselho Municipal de Cultura – o transformando em um fórum participativo – além da criação de novos espaços culturais e da realização de exposições itinerantes, sempre valorizando os artistas locais, frisa o empresário. Ele também projeta aprimorar a manutenção dos espaços culturais já existentes.

Jobert Jobão (UP) prevê em seu programa de governo a valorização dos artistas locais e a descentralização das atividades culturais, para que elas cheguem a bairros mais afastados do centro. Para isso, ele acredita que o ideal seja fazer um projeto itinerante. O candidato ainda quer incentivar festivais culturais, artísticos, musicais, literários e gastronômicos, visando também à diversificação econômica

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