Diálogo

Eleições 2020: Em Nova Lima, maioria defende boa relação com Estado e União

Candidatos afirmam que diálogo pode garantir recursos para o município

Por Bruno Menezes
Publicado em 13 de novembro de 2020 | 06:00
 
 
 
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A maior parte dos candidatos à Prefeitura de Nova Lima, na região metropolitana, defende uma relação institucional com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sempre com a justificativa de que ela pode facilitar o repasse de recursos para o município, inclusive para obras esperadas pelos moradores. As exceções ficam por conta dos candidatos Carlinhos Rodrigues (PDT) e Jobert Jobão (UP).

O atual vice-prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez (Cidadania), afirma que vai sempre zelar por um bom canal de comunicação com os chefes das outras esferas, uma vez que representa a cidade, não seus próprios ideais. 

“O prefeito tem que manter uma relação institucional com os governos estadual e federal. Afinal, o prefeito representa toda uma cidade, isso independentemente de ideologia e partido político. Além disso, os recursos estão na União e no Estado, e a boa relação com esses entes federativos é fundamental”. 

João Marcelo avalia o auxílio dos governos como sendo de grande valia para conseguir tirar do papel obras importantes para a cidade. “Uma, que até está no nosso plano de governo, é a estrada que liga Honório Bicalho à BR–040 e à BR–356”, diz. 

Respeito

O advogado Dr. Juarez (Solidariedade) acredita que o relacionamento do prefeito com Estado e União precisa ser o mais respeitoso possível. 

“Precisa ser o mais institucional possível. Por exemplo, do governo Zema vamos precisar do asfaltamento da estrada que liga Nova Lima a Sabará. Com relação ao governo Bolsonaro, temos a ligação de Honório Bicalho que iria até o Jardim Canadá. A prefeitura não tem condições de arcar com isso, teremos que procurar o governo Bolsonaro”, explica

O vereador Wesley de Jesus (DEM) destaca que a boa relação é a chave para o desenvolvimento da cidade e que vai se pautar pela harmonia e pelo diálogo. 

A seu favor nesse quesito, ele afirma ter boas conversas com o vice-governador Paulo Brant, o que significaria uma boa tratativa com o Estado. “O vice-governador está morando em Nova Lima, já estive algumas vezes na casa dele, é uma pessoa que já se colocou à disposição para ajudar Nova Lima. Então o relacionamento tanto com ele quanto com Zema, por essa aproximação que eu tive com o Vitor (Penido, atual prefeito), sempre foi próximo. E nós temos um bom relacionamento com o governo federal, tanto que conseguimos R$ 5,4 bilhões para cá”, argumenta.

O candidato diz que a parceria com o Estado poderia render convênios importantes para a educação e segurança pública. Já com o governo federal, o alvo é um pacto para resolver o problema da habitação. “Temos uma demanda muito grande na questão habitacional. Queremos acessar o recurso do programa Minha Casa Verde e Amarela. O secretário de Habitação do governo federal até esteve em Nova Lima para conhecer um pouco da nossa regularização fundiária há alguns dias”, conclui o vereador e candidato.

Soldado Flávio de Almeida (PT) pretende ter uma relação institucional com os entes federativos, em busca de repasses para o município. “Será diplomática e institucional minha relação com eles, para garantir que os repasses fundamentais para a educação e a saúde sejam respeitados”, afirma. 

Em seu programa de governo, o empresário Sérgio Americano Mendes (Podemos) prevê uma séria de parcerias com o governo do Estado e a União. Uma delas é para reforçar o policiamento na cidade.

Oposição

Com uma visão contrária à da maioria de seus concorrentes, Carlinhos Rodrigues (PDT) afirma discordar de diversas ações dos governos federal e estadual, o que poderia dificultar o diálogo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com o governador Romeu Zema (Novo).

“Sou diametralmente oposto à postura que esses governos assumem em relação ao poder público. São governos que querem privatizar políticas de saúde, como o SUS. Houve um aceno extremamente forte de Bolsonaro nesse sentido. A gente não pode concordar com essas posturas. Além de ter posturas extremamente homofóbicas, discriminatórias e privatistas. Não concordo com esses dois governos, principalmente sobre a privatização do serviço público”, justifica.

Jobert Jobão (UP) segue a mesma linha e cita em seu plano de governo ser contrário aos posicionamentos de Bolsonaro, afirmando que ele propaga valores antidemocráticos e viola direitos. 

 

 

No dia 15 de novembro, acompanhe a apuração e o resultado das eleições 2020 nas cidades de MG e de todos os estados do país.

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