Eleições em Contagem: Candidatos têm abordagens diferentes em programa eleitoral

Chega ao fim nesta sexta-feira (27) a propaganda eleitoral gratuita. Os candidatos à Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, veicularam, nesta quinta-feira (26), programas com abordagens diferentes no penúltimo dia. Durante o segundo turno em Contagem, apenas a Record TV exibiu o horário eleitoral gratuito. 

Nesta quinta, Felipe Saliba (DEM) optou por falar de mobilidade e das obras na cidade, enquanto Marília Campos (PT) se defendeu de acusações sobre os partidos que endossaram a candidatura dela no segundo turno.

Saliba falou da vida pessoal, de virtudes e que se preparou para reconstruir Contagem. Ele se comprometeu a respeitar o dinheiro público. O candidato, como tem feito desde o primeiro turno, voltou a bater na tecla das obras paradas no município.  “A gente anda pela cidade e tudo parece um canteiro de obra abandonado. Vamos trabalhar para resolver os problemas de mobilidade de Contagem, começando por readequar o projeto do Sistema de Integração de Mobilidade (SIM)”, diz Saliba em parte do programa. 

Em outra parte do programa, o advogado se coloca como o contraponto e a novidade para mudar a gestão do Executivo. A ampliação das linhas de ônibus e também do metrô foi abordada pelo candidato. O programa terminou alfinetando a candidata petista com eleitores dizendo que não votariam na ex-prefeita. 

Marília optou por começar a propaganda com uma pesquisa divulgada pelo jornal O TEMPO nesta semana em que ela aparece com 57% dos votos válidos nas intenções de voto entre os entrevistados. Depois, a campanha da petista tenta diferenciar “apoio político e acordo político”. A deputada ressaltou que no primeiro turno teve o apoio de quatro partidos e, agora, outras duas legendas se somaram à campanha, e está na busca de alianças. “Só consegue apoio político quem tem credibilidade, quem tem experiência, quem já mostrou que é capaz de fazer. É por isso que eu ganho mais pessoas, mais lideranças, mais vereadores, mais partidos.  Todos os meus novos aliados que estão vindo agora eles dizem: ‘nós estamos com você porque você é melhor pra cidade’, quem me conhece sabe que eu sendo eleita prefeita, o comando será meu”, declara a candidata. 

A afirmação rebate algumas afirmações de adversários de Marília de que os apoios recebidos são em troca de participação em cargos importantes no Executivo.  

O programa trouxe também o depoimento de eleitores que declararam apoio à candidatura da petista e lembraram de feitos durante as gestões dela na cidade. Também como ocorreu durante a corrida eleitoral, a campanha abordou o que Marília fez durante os anos que comandou a cidade para finalizar o programa.

‘Ter Ademir é um orgulho’, diz Saliba

 Assim como toda cidade, Contagem viveu um cenário movimentado durante a pré-campanha neste ano. Ademir Lucas foi cogitado a disputar a cadeira de prefeito, mas declinou da disputa e hoje coordena a campanha de Felipe Saliba (DEM) que já afirmou, se eleito, terá o ex-prefeito como responsável pelo IPTU da cidade. Questionado sobre como é fazer campanha ao lado de Ademir Lucas, o advogado saiu em defesa do aliado e disse que não lhe causa nenhum tipo de constrangimento.

“Ademir é uma pessoa que tem um respeito grande, inclusive nas ruas ele é muito aclamado, as pessoas têm um carinho muito especial por ele, a gente entra em comunidades, vilas, por onde a gente passa tem uma receptividade muito grande. Ele vai ter um papel importante nessa questão do IPTU e a gente precisa resolver. Então respondendo, não me constrange, na verdade só me traz um orgulho de ter uma pessoa que fez tanto por Contagem estar caminhando ao nosso lado”, declarou.

Para o candidato, a experiência de gestão de Ademir Lucas à frente da cidade da região metropolitana de Belo Horizonte é algo que ele quer tirar proveito, já que ele disputa pela primeira vez um cargo público e não tem a “bagagem” do aliado.

‘A cidade sabe que eu sou do PT’, diz Marília

Às vésperas do dia final da eleição, Marília Campos se diz tranquila quanto aos ataques que vem sofrendo e às associações dela com o partido. Adversários dela, desde o primeiro turno, afirmam que ela tentou esconder que é do Partido dos Trabalhadores. Isso porque, o tradicional vermelho do partido deu lugar ao rosa e ao amarelo na campanha da petista neste ano.

Em entrevista à rádio Super 91,7 FM nesta semana, a candidata disse não se preocupar com o que o adversário fala em relação à legenda dela. “A cidade sabe que eu sou do PT porque eu estou no PT há mais de trinta anos. Já fui vereadora, prefeita eleita, reeleita, sou deputada estadual mais votada de Contagem e tudo isso dentro do Partido dos Trabalhadores. A cidade sabe que eu sou Marília. E como em todos os lugares, o partido, nós somos muitos e somos muitas, eu tenho meu perfil, o meu perfil eu já mostrei o que eu posso fazer, o que eu sou capaz de fazer, a cidade conhece. Portanto a estratégia do adversário ela não me atinge e eu sigo em frente na minha campanha disseminando esperança e o meu compromisso com a cidade de Contagem”, disse.

A candidata ressaltou que manteve o mesmo propósito desde o primeiro turno em relação à legenda que pertence.