Definição

Eleições em Contagem: Eleitores voltam às urnas neste domingo

No primeiro turno, entre abstenções e votos nulos e brancos índice foi de quase 37%

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 28 de novembro de 2020 | 08:00
 
 
 
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Em um cenário de grande abstenção e votos brancos e nulos no primeiro turno, os cerca de 427 mil eleitores de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, devem voltar às urnas neste domingo (29) para escolherem o próximo prefeito da cidade para os próximos quatro anos. No segundo turno, Marília Campos (PT), que foi prefeita entre 2005 e 2012, disputa o cargo com Felipe Saliba (DEM) que testa o seu nome nas urnas pela primeira vez. No pleito com maior número de candidatos da história do município, eles desbancaram outros 14 candidatos no turno anterior. 

A petista largou na frente e de acordo com a pesquisa DataTempo/Quaest, chega como favorita para a reta final da disputa. No primeiro turno, ela teve 41,83% dos votos na cidade ao receber o apoio de quase 119 mil contagenses. Saliba, por sua vez, recebeu mais de 52 mil votos e ficou com 18,42% do eleitorado. 

O que assustou na cidade foi o número de abstenção e eleitores que votaram em branco ou anularam o seu voto. Pouco mais de 85 mil pessoas aptas a votarem, o equivalente a 20%, deixaram de ir às urnas na cidade em 15 de novembro diante de um cenário de Covid-19 mais brando do que o atual, já que o Estado e o país, como um todo, vivem um escalada de casos confirmados. Já o percentual de votos brancos e nulos chegou a quase 17% no primeiro turno. É esse eleitorado que os dois candidatos buscaram nos poucos dias de campanha no segundo turno.


A campanha, em si, foi marcada pelo antagonismo entre Saliba e Marília principalmente na questão partidária e tributária, já que a principal proposta do advogado é a isenção do IPTU residencial e a petista, por sua vez, diz não ser possível acabar com o imposto por completo, mas defende uma revisão da taxa. O filiado ao partido Democratas, por vezes, trouxe a figura do antipetismo para a campanha, enquanto Marília optou por não usar o famoso vermelho do partido nos materiais distribuídos e divulgados, mas quando indagada sobre, não se furtava a falar que a cidade sabia a qual legenda ela pertencia. 

A última pesquisa divulgada pelo DataTempo/Quaest na cidade no último dia 25, sob o registro no TRE-MG MG-04331/2020 apontava Marília com 56,6% dos votos válidos nas intenções de votos e Saliba com 43,4% na pesquisa estimulada, que é quando os nomes são apresentados aos 1.000 eleitores ouvidos pelo instituto entre os dias 20 e 22 de novembro na pesquisa contrata pela Sempre Editora. A margem de erro do estudo é de 3,1 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%

Saliba fala em 'grata experiência'

Ao fim de uma campanha eleitoral pela primeira vez, Felipe Saliba (DEM) classificou o processo como uma “grata experiência”. “Fomos acolhidos nas ruas em cada canto da cidade com sorrisos, com palavras de muita esperança e carinho. Caminhamos por toda Contagem para ouvir a população e entender ainda melhor todas as demandas dos moradores e saio desse momento confiante de que a cidade entendeu nosso recado e sabe o que é melhor para Contagem”, disse.

O advogado diz que “com toda certeza” sai da campanha maior do que entrou e termina “feliz, confiante e com expectativa” de que terá quatro anos à frente da prefeitura para reconstruir Contagem.  Em um balanço feito a pedido da reportagem, o candidato avaliou que o maior desafio dele foi “combater a má-política que é feita na cidade” e as fake news divulgadas durante a campanha. Segundo ele, as notícias falsas tentaram manchar a reputação dele e descredibilizar a campanha, as propostas e o projeto de cidade que foi apresentado.

Na visão de Saliba, o maior acerto foi ter como principal aliança a população contagense e não aceitar conchavos políticos que visam apenas o projeto de poder. Sobre erros, o candidato afirmou que “sempre podem acontecer no decorrer de qualquer campanha”, e que “está sujeito a falhas como atrasos de agenda muito cheia, por exemplo”.  Perguntado sobre um possível resultado desfavorável nas urnas, o advogado afirmou que assim como toda a equipe de campanha, fez tudo o que podia para mostrar que Contagem “não merece mais viver gestões que não têm interesse real nas demandas da população, apenas em interesses políticos”. “Mas domingo está nas mãos do contagense e, por isso, é muito importante que todos saiam para votar, evitem votar branco e nulo, pois está nas mãos do contagense decidir o futuro dos próximos quatros anos”, concluiu.

Maríla não cogita derrota

Confiante, a candidata Marília Campos (PT) afirmou à reportagem que “não considera a hipótese de não ganhar as eleições” do próximo domingo em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Eu acredito e tenho a confiança que eu serei vitoriosa para Contagem ser feliz de novo”, cravou a petista.

A parlamentar fez um breve balanço da campanha até aqui e avaliou que saiu maior do que entrou no período eleitoral em função das alianças que conseguiu durante esse tempo. “Primeiro a gente manteve a aliança com o povo, forte em todas áreas as nossas fortalecemos os laços e ampliamos com o segmento evangélico materializado no apoio dos vereadores eleitos a vereadora Daisy da igreja Universal e também do vereador Itamar da igreja Quadrangular. E fizemos um grande encontro com segmentos evangélicos que permitiu a gente combater a mentira que foi espalhada de que a gente vai perseguir igrejas evangélicas, muito pelo contrário, temos o apoio dos evangélicos e contamos com eles para nos ajudar a governar”, afirmou.

Ainda sobre o assunto, a petista afirmou que o maior desafio da campanha foi “combater as mentiras que foram espalhadas” e citou os exemplos de carros de som pela cidade dizendo que ela tinha relação política e pessoal com o atual prefeito, materiais apócrifos entregues em portas de igrejas evangélicas anunciando que ela iria perseguir os cristãos e outras propagandas.  

Por fim, Marília considerou que o maior acerto dela durante a campanha foi “respeitar o eleitor contagense” ao fazer uma campanha propositiva e o maior erro foi “não acreditar que teria uma campanha “tão ofensiva à candidatura dela e aos eleitores”.

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