Em Contagem, candidatos falam em acolher e qualificar mulheres

Candidatos à Prefeitura de Contagem propõem ampliar a rede de assistência e criar outros órgãos para reduzir a violência contra a mulher. A terceira maior cidade do Estado registrou 9% dos casos de agressão à mulher de Minas no ano passado, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, ficando atrás apenas da capital, que teve 12%. Além de reduzir esse índice, os políticos falam em formas de ajudá-las a entrar e se manter no mercado de trabalho, por exemplo, ampliando vagas em creches.

A ampliação do acolhimento às vítimas faz parte do projeto de Dr. Wellington (Republicanos). Neste ano, foi instituído na cidade o Centro Especializado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Ceam) Bem-Me-Quero, que recebe as vítimas e monitora os casos. A ideia do vereador é criar uma casa de apoio, além de um Centro de Referência em Assistência Social (Cras) especializado. “No centro, teremos atendimento multidisciplinar, com psicólogo, assistente social”, diz o ortopedista. Contagem tem hoje uma parceria com a UNA para atendimento jurídico e psicológico às mulheres vítimas de agressão.

PREPARO. Marília Campos (PT) quer ajudar as mulheres a se tornarem financeiramente independentes e usar a educação para combater a cultura do machismo. “A autonomia passa por políticas públicas, como a ampliação de vagas na educação infantil, para que elas tenham onde deixar seus filhos, trabalhar e se capacitar”, explica a petista, que propõe a construção de mais escolas infantis.

Ivayr Soalheiro (PDT) planeja criar moradias para receber mulheres vítimas de violência e seus filhos enquanto aguardam os trâmites legais contra o agressor. “O que a gente quer é criar casas-hotel, onde elas tenham a garantia de abrigo para elas mesmas e os filhos menores de 18 anos”, explica. O vereador ainda propõe investir em qualificação para essas mulheres. “Para as mães que trabalham nos fins de semana, vamos abrir uma creche nesses dias. E garantir a política pública de priorizar a contratação e a capacitação das mulheres com cursos de empreendedorismo”, diz. Hoje, mulheres vítimas de agressão no município têm a garantia de abrigo com segurança e sigilo, bem como seus filhos menores, e passagens intermunicipais. Esses serviços são prestados por meio da Superintendência de Políticas Públicas para Mulheres de Contagem em parceria com o Consórcio de Promoção da Cidadania Mulheres das Gerais.

SAÚDE. Parcerias com a iniciativa privada para ampliar o atendimento hospitalar é uma das promessas de Professor Irineu (PSL). “Vamos zerar a fila das consultas especializadas e cirurgias. Se a gente não der conta, que seja comprando vagas junto à iniciativa privada”, garante o deputado estadual. Irineu também quer se aliar à iniciativa privada por mais vagas na educação infantil: “Não adianta falar que vamos atender tudo de uma vez, porque não temos espaço físico, então está no nosso plano comprar vagas na iniciativa privada e fazer convênios com creches”.

Outros planos.

Márcio Bernardino (Novo) diz que o combate à violência deve ter atenção do poder público. Fortalecer a rede de prevenção à violência contra minorias, incluindo mulheres, está nos planos de Maria Lúcia Guedes (PV).

Wellington Silveira (PL) vai divulgar o Ceam Bem-Me Quero e criar um aplicativo para denúncias de agressão. Sebastião (PCO) quer ampliar o espaço da mulher na política. Lindomar Gomes (PMN) vai valorizar a mulher em sua gestão. Dulce (PMB) e Rosa e Stella (PSOL) não divulgaram seus programas no TSE.

Alvear Saraiva (Cidadania) propõe implementar centros integrados de apoio à mulher em todas as regionais. Coronel Fiúza (PTC). Felipe Saliba (DEM) quer estruturar o sistema de saúde para atenção da gravidez ao parto. Kaká Menezes (Rede) promete desenvolver, implementar e fomentar programas de apoio a mulheres de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham. (RA)