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Nilmário e João Vítor Xavier crescem nas redes sociais, mas Kalil ainda lidera

Índice de Popularidade Digital (IPD), do instituto de pesquisas Quaest, mostra força dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte na internet

Por Gabriel Moraes
Publicado em 28 de outubro de 2020 | 05:00
 
 
 
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Com mais de 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais, o atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Alexandre Kalil (PSD) continua sendo o postulante com mais força na internet, segundo o Índice de Popularidade Digital (IPD), do instituto de pesquisas Quaest. Em uma escala de 0 a 100, o político tem atualmente 69,35 de desempenho.

No entanto, esse número diminuiu se comparado ao último levantamento divulgado por O TEMPO há exatamente um mês, quando Kalil aparecia com 80,11. Bruno Engler (PRTB) vem logo em seguida – o deputado estadual também viu seu IPD cair, de 45,15 para 41,24.

Mas o que mais chamou a atenção foram as ascensões de João Vítor Xavier (Cidadania) e Nilmário Miranda (PT). No fim de setembro, o primeiro aparecia na 4ª colocação com 21,30 nesse índice; agora, ele subiu uma posição e está atualmente com 28,42. Já o petista estava em 9º lugar, com 16,98 de IPD; agora, ele subiu para 4º, com 24,22. Veja:

 

 

Segundo o cientista político e fundador do Instituto de pesquisas Quaest, Felipe Nunes, esse crescimento de Xavier e Miranda se deve principalmente pela valência e mobilização.

"O João Vítor Xavier cresceu muito, elevado o grau de valência que sua página teve, que é o número de reações positivas a suas falas e pelo aumento positivo, só que menor, na mobilização. No caso do Nilmário Miranda, ele também aumenta a valência e também cresceu um pouco a mobilização. Nos dois casos, eles são candidatos que conseguiram, pelo menos dentro de suas 'bolhas', fazerem um discurso que impulsiona", disse.

Ainda de acordo com Nunes, o ranking do IPD começa a fazer jus aos resultados das pesquisas eleitorais. Conforme o último DataTempo/Quaest, Kalil está na primeira colocação de forma isolada, com 59% das intenções de voto; seguido por João Vítor Xavier, com 5%; Bruno Engler, 3%; Áurea Carolina (PSOL), 3%; e Nilmário Miranda, com 2%.

"No âmbito digital, o Kalil continua tendo maior visibilidade, maior impacto e maior popularidade. O interessante é que o cenário começa a se desenhar: você tem ali Bruno, João, Nilmário e Áurea nas cinco primeiras colocações, que são os candidatos disputando o 2º lugar nas pesquisas de opinião", explica o cientista político.

Um dado que também chama a atenção é a posição da candidata a prefeita de BH Luísa Barreto (PSDB). Como O TEMPO já mostrou, ela foi a que mais gastou em impulsionamento no Facebook em todo o Brasil entre os dias 4 de agosto e 22 de setembro.

No entanto, ela caiu da 5ª posição no mês passado para 8ª neste mês no IPD, tendo queda em todos os quesitos, como é possível ver no infográfico acima. Segundo Felipe Nunes, o mais provável é que sua campanha tenha investido esse dinheiro de maneira não eficaz.

"O que deve estar acontecendo com a Luísa é que impulsionamento não é garantia de resultado. Existe uma impressão equivocada no mercado do marketing digital, de que basta colocar dinheiro e a página performa bem. Isso é mentira", afirmou.

"Na verdade, o que impulsiona na rede social é você definir grupos e nichos e intensificar a exposição para eles. Se você impulsiona para grupos errados, sua página piora. É como se você tivesse fazendo propaganda na TV. Vai para todo mundo", concluiu.

O que é e como funciona

O IPD é uma ferramenta elaborada pelo cientista político e fundador do Instituto de pesquisas Quaest, Felipe Nunes, que mede, a partir da análise de seis plataformas digitais (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google), o desempenho digital de personalidades e marcas.

Para calcular o IPD dos candidatos, bem como as quatro dimensões, a Quaest considera  dados como número de seguidores, quantidade de comentários por postagem, os compartilhamentos das postagens e as reações positivas ou negativas às postagens.

As dimensões também são colocadas em escalas que vão de 0 a 3. O candidato que liderar alguma das dimensões recebe três pontos e proporcionalmente esse número irá decaindo entre os outros candidato conforme a posição.

Um modelo estatístico pondera e calcula a importância de cada dimensão; os personagens analisados são, então, colocados numa escala de 0 a 100 e o índice final é montado. Além de fazer o ranking da popularidade digital dos políticos, o algoritmo também analisa quais das dimensões explicam o sucesso ou o fracasso em cada uma das redes analisadas.

IPD X Pesquisas

Apesar do IPD apontar uma tendência comportamental, sobretudo em eleições cada vez mais presentes no mundo digital, Nunes pondera que o modelo não substitui as pesquisas de opinião e sim as complementam. “Pesquisas de opinião são feitas a partir de amostras representativas do eleitorado e por isso elas estimam resultado final de eleições. O IPD mostra o quanto um determinado político é popular no mundo digital, mas não podemos esquecer que nem todo mundo está na internet. Então são mecanismo diferentes complementares”, ressaltou o pesquisador.

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