Eleições 2020

Patrimônio de vereador de BH cresce 2.000% em quatro anos

Bens declarados por 23 dos 37 candidatos à reeleição em BH subiram R$ 1,8 mi

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 12 de outubro de 2020 | 06:00
 
 
 
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De um total de 41 vereadores de Belo Horizonte, 37 registraram candidatura em busca da reeleição no pleito do próximo dia 15 de novembro. Um levantamento de dados feitos pelo jornal O TEMPO mostra que, somados, os postulantes a mais um mandato na Câmara Municipal da capital tiveram nos últimos quatro anos um aumento patrimonial total de aproximadamente R$ 1,8 milhão.

Os números levam em conta os bens declarados pelos próprios parlamentares à Justiça Eleitoral em 2016 e os disponíveis no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início desta semana.

Entre os 37 candidatos à reeleição, 23 tiveram aumento no patrimônio declarado, se comparado ao último pleito municipal. Outros 14, entretanto, apresentaram perda de bens. Os parlamentares que iniciaram o mandato em 2017 chegaram ao Legislativo com um salário aproximado de R$ 16,5 mil. Atualmente, os vencimentos ultrapassam os R$ 18,4 mil.

Só de salário, durante um mandato de quatro anos, os vereadores recebem quase R$ 900 mil. Além disso, os vereadores recebem, no início e no final de cada legislatura, o mesmo valor do vencimento líquido, que é um benefício conhecido como “auxílio-paletó”. Eles também têm direito a receber, em dezembro de cada ano, um valor idêntico ao vencimento na proporção da presença nas reuniões plenárias ao longo do ano, uma espécie de 13º salário.

Dos parlamentares que tiveram queda de patrimônio, em números absolutos, o ex-presidente da Casa, Henrique Braga (PSDB) foi o que mais perdeu. Em 2016, à Justiça Eleitoral, ele declarou ter quase R$ 1,5 milhão em bens. Neste ano, o vereador tucano apresentou um relatório com R$ 691 mil, uma queda de R$ 800 mil.

Já entre os que ficaram mais ricos, também em números absolutos, o primeiro lugar com boa margem ficou com Catatau do Povo (PSD). No último pleito, ele declarou ter cerca de R$ 46 mil. Neste ano, seu patrimônio apresentado à Justiça deu um salto para R$ 960 mil, um crescimento de quase 2.000%. A principal mudança ocorreu devido à compra de uma residência no bairro Aparecida, avaliada em R$ 800 mil, além de uma reserva de caixa de R$ 110 mil oriunda de uma participação societária não apresentada quatro anos atrás. A alteração patrimonial de Catatau foi, também, a maior em termos percentuais. Atrás dele está Marilda Portela (Cidadania), que teve um aumento de quase 930%, passando de R$ 94,8 mil para R$ 976 mil.

Alguns vereadores que anteriormente haviam prestado contas à Justiça Eleitoral e declarado algum bem neste ano não tinham nenhum patrimônio vinculado ao respectivo nome. É o caso de Pedro Bueno (Cidadania), que em 2016 disse ter R$ 61 mil; e Ramon Bibiano (PSD), que no último pleito apresentou R$ 607 mil em bens.

O contrário também ocorreu. É o caso de parlamentares que não tinham patrimônio suscetível a declaração e agora possuem, como César Gordin (PROS), que apontou ter R$ 2.000; Edmar Branco (PSB), que declarou ter R$ 387 mil; e a presidente da Casa, Nely Aquino (Podemos), que apresentou relatório onde diz ter R$ 174 mil.

Atualmente, o Legislativo da capital tem dois vereadores milionários: Arnaldo Godoy (PT), que declarou ter R$ 29 mil além do primeiro milhão, e Coronel Piccinini (PSD), com R$ 1,9 milhão em bens. Em 2016, o ex-militar tinha quase R$ 2,7 milhões declarados.

Ausentes

Os quatro que não vão disputar a reeleição em BH são Dr. Bernardo Ramos (Novo), Fernando Borja (Avante), Orlei (PSD) e Ronaldo Batista (PSC).

 

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