BRASÍLIA — O contra-ataque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar minimizar o impacto do vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre as fraudes no INSS concentrou ações em ministros e parlamentares que foram às redes sociais rebater as declarações do político mineiro. A operação começou ainda nessa quarta-feira (7), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, é a principal vitrine dessa estratégia. 

De cara, ela rebateu as declarações de Nikolas com uma publicação no X. Os argumentos dela são replicados por outros aliados do Palácio do Planalto, entre eles o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), que gravou um vídeo também refutando o deputado do PL. 

O centro das alegações petistas é que as investigações só puderam avançar no governo Lula (PT) e que as fraudes começaram ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL). "Foi no governo Bolsonaro que as quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação no INSS", publicou Gleisi. 

O enfrentamento também aconteceu de forma direta. Nikolas republicou uma reportagem sobre as ações da ministra para frear a instalação de uma comissão no Congresso para investigar as fraudes no INSS. Ele comentou: "quem deve, teme". Gleisi, então, rebateu na própria publicação de Nikolas: "quem deve e teme investigação é Bolsonaro". 

A avaliação de líderes nos bastidores do Congresso Nacional é que os governistas conseguiram, pelo menos por enquanto, frear a instalação de uma comissão para investigar as fraudes. Inicialmente, a oposição pretendia protocolar o pedido nesta semana; mas, os parlamentares cancelaram o ato de última hora. A análise é que o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), interviu para adiar.

O afago à oposição veio pela Câmara dos Deputados, com a aprovação do projeto de resolução que interrompe a ação do STF contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) por participação na trama golpista.