Dia do Goleiro

Preparador de goleiros do Galo fala das dificuldades e desafios da carreira

Profissional, que já conquistou quatro Mineiros, um Brasileiro, uma Copa do Brasil e uma Supercopa pelo Atlético, vive uma das melhores fases da vida profissional em uma profissão na qual qualquer erro pode arruinar uma carreira

Por Gláucio Castro
Publicado em 26 de abril de 2024 | 07:00
 
 
 
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O telefone do treinador de goleiros do Atlético, Danilo Minutti, certamente não vai parar de tocar nesta sexta-feira (26). Muitos amigos e parentes devem enviar mensagens em homenagem ao Dia do Goleiro. O parabéns virá em dose dupla. A data também é o aniversário do profissional, que faz parte da comissão técnica permanente do Galo desde setembro de 2020 e completa 36 anos de idade nesta sexta. “Além de tudo isso, ainda comemoro meu aniversário de casamento. São felizes coincidências”, brinca Danilo, em entrevista exclusiva a O TEMPO SPORTS.

No bate-papo, o profissional, que trabalha ao lado de Rafael César na Cidade do Galo, revelou as dificuldades, os desafios, o orgulho da carreira vitoriosa e deu dicas para se tornar um grande atleta com a camisa número 1 nas costas.

Apesar da pouca idade, o treinador, que também já passou pela seleção brasileira, Palmeiras, Vasco e até o futebol do Egito, tem motivos e títulos de sobra para celebrar o dia dedicado a um tipo de profissional que não é permitido errar. Qualquer descuido pode pôr por água abaixo uma carreira consagrada. Por outro lado, um grande feito tem o dom até mesmo de canonizar um goleiro, como aconteceu com Victor na Libertadores de 2013.

Pelo Galo Danilo já conquistou quatro Mineiros, uma Supercopa do Brasil, um Brasileirão e uma Copa do Brasil. Ele sonha agora com o título da Libertadores, competição em que o Atlético desponta novamente como favorito. O treinador tem ainda no currículo um Brasileiro e uma Copa do Brasil pelo Palmeiras, além de uma Taça Guanabara pelo Vasco. "Essas conquistas são as grandes realizações, assim como ver um goleiro que você treinou nas categorias de base atuar em grande nível em equipes profissionais. Chegar à seleção brasileira também é motivo de muito orgulho porque é o ápice do futebol. As conquistas te marcam muito dentro do futebol. Quem está dentro do futebol sabe como estas conquistas e os títulos são difíceis e devem ser muito valorizados", comemora Danilo.

Com uma carreira vitoriosa e consolidada, este paulista de Barra Bonita, que tem Taffarel e Marcos como referências, relembrou como foi parar embaixo das traves. “Eu via meu irmão, que era cinco anos mais velho e jogava, fazendo aquelas defesas plásticas e aquilo me encantou. Então foi amor à primeira vista”, disse Danilo Minutti. “Eu costumo dizer que você nasce goleiro, você não se torna goleiro. Eu não era um bom jogador, jogava de lateral-esquerdo, mas não era um exímio tecnicamente, mas quando eu fui para o gol vi que ali era meu lugar”,relembra.

Hoje, após anos de experiência e depois de trabalhar com vários profissionais diferentes pelos clubes por onde passou, Danilo consegue traçar um perfil do que faz de um atleta um bom goleiro. “As principais qualidades estão ligadas à parte psicológica. Esta é a ponta da pirâmide, que está ligada à concentração, tensão, comando, personalidade, liderança, coragem e comprometimento com o trabalho”, enumera.

 Mas não é só isso. Danilo vai além. “Um perfil muito interessante dos goleiros que tenho trabalhado está ligado a um perfil de aceitação das correções. Quando a gente chama o atleta para mostrar vídeos, para conversar e corrigir, tem que haver um interesse muito grande em cada detalhe. Nós somos seres humanos e vamos errar, mas quanto menos a gente errar, mais sucesso a gente vai ter. Isso é bom para todo mundo, inclusive para o time. Resumindo, conta o aspecto psicológico, físico, tático e técnico que é o produto final”, completa o treinador do Galo.

Erros e críticas

Como Danilo mesmo falou, os erros são inevitáveis. E quando acontecem, como agir. “A gente aprende a lidar com as críticas de uma maneira bem objetiva. Temos que olhar para dentro, para dentro do nosso trabalho, para cada situação, para cada jogada, entender o que aconteceu. Entender se houve alguma situação para se corrigida. Entender porque o atleta tomou determinada decisão ou deixou de tomar, porque é ele que está lá dentro jogando. Só vai errar quem está lá dentro. Só vai tomar decisão certa ou errada quem está lá dentro. Precisamos entender o que aconteceu para aí sim ajustar no treinamento”, explica. “Quando se tem uma falha e se perde o jogo, a gente tem que tomar um cuidado muito grande com o aspecto emocional para elevar a confiança e o moral desse atleta, porque o próximo jogo é o melhor momento para se redimir sempre”, assegura Danilo.

O treinador do Galo, que viu Everson ser consagrado como um dos melhores goleiros da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado, dá dicas para profissionais que estão começando a carreira e sonham em trilhar o mesmo caminho vitorioso. “A dica principal é treinamento. Trabalhar, treinar, entender o que o jogo pede, estudar o jogo, se aperfeiçoar naquilo que você tem de melhor e não deixar de trabalhar as suas dificuldades. Saber que os erros vão acontecer, mas que a próxima jogada é sempre a mais importante”.

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