Entrevista

Travel Next Minas já nasce como um evento inovador, diz Daniel Turbox

Curador da feira aposta na tecnologia, na gamificação e nos conteúdos para elevar o nível dos agentes de viagens

Por Paulo Campos
Publicado em 02 de maio de 2024 | 10:00
 
 
 
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Daniel Françoso, CEO da Turbox, sempre foi fascinado com viagens, tanto que na hora de escolher o curso na faculdade se direcionou para a hotelaria e turismo. Quando fazia hotelaria fez estágio na TAM Linhas Aéreas e depois TAM Viagens. Nessas empresas, teve contato pela primeira vez com tecnologia. Para ele, a bagagem sempre mais importante do que cargo; os projetos, do que o emprego. Na agência Sete Mares, assumiu o cargo de consultor. Nos últimos anos, ele materializou seu amor pelo turismo com a Turbox, uma empresa que nasceu para democratizar a tecnologia, processos e procedimentos, principalmente para os agentes de viagens de pequeno e médio porte.

Com 18 anos de mercado, Françoso ensina como o agente de viagens pode crescer de maneira sustentável e utilizando a tecnologia a seu favor, com competitividade. Daniel Turbox agora é o curador da segunda edição da Travel Next Minas, depois te ter participado da primeira como palestrante. A segunda edição da feira de turismo acontece nos dias 16 e 17 de agosto, no Expominas, em Belo. Referência em tecnologia e profundo estudioso da Inteligência Artificial, ele afirma que a Travel Next Minas já nasce com perfil inovador e a gamificação vem para trazer o jogo para o evento e transformá-lo em uma grande brincadeira, sem excluir o aprendizado, a evolução, o business. “A gente não busca só visitantes, mas participantes”, enfatiza.

Como você está construindo a curadoria do Travel Next Minas?

A curadoria está sendo construída buscando aquilo que o agente de viagens precisa hoje como ferramenta para crescer seu negócio, para elevar o nível da qualidade da entrega, mas o cliente, o consumidor, de uma forma geral está muito atento aos detalhes, à qualidade da entrega.

A gente buscou nessa curadoria trazer os melhores profissionais, referência em cada uma das áreas, de vendas, marketing digital, de inovação, para capacitar e mostrar as possibilidades de um mundo mais tecnológico, de um mundo mais digital para esse agente de viagens, não deixando de lado também a parte humana, com detalhes do luxo, do detalhe de cada uma das vertentes que mencionei.

Qual é a palavra-chave que vai guiar todo o evento?

A palavra-chave que vai guiar todo o evento é a inovação. A minha personalidade, digamos assim, dentro do mercado do turismo, é muito conhecida por conta da inovação e da tecnologia. Na verdade, a Travel Next Minas já nasceu com esse DNA inovador, muitas coisas que a gente traz para o evento ou que trouxéssemos na edição passada já foram ações inovadoras nesse segmento do turismo.

Você fez curso de turismo e hotelaria, trabalhou em companhia aérea e operadora. Os cursos e essas experiências práticas o ajudaram a encontrar soluções para o turismo?

Eu fiz também uma MBA em tecnologia para negócios, focada em Inteligência Artificial, Data Science e Big Data. As soluções para o turismo através da tecnologia eu sempre trouxe para o mercado, sempre entendi que o mercado precisava atuar, precisava de ferramentas e processos - a tecnologia não é só ferramenta digital, mas também processos - que suportam essas ferramentas, que dão base para que o resultado final saia.

Por exemplo, não adianta você implementar um sistema CRM sem ter um processo de CRM bem definido dentro da empresa, se não tiver pessoas engajadas para alimentar esse sistema. Um put ruim é um output ruim, então você precisa de sistemas e pessoas. Isso eu sempre entendi e bem definido na minha cabeça. É claro que a academia te traz esse embasamento mais técnico e o dia a dia nas empresas te dá o embasamento prático das situações, a questão da interação humana e relacionamento

Tanto a academia quanto as experiências profissionais me moldaram e vem me mostrando que aquilo que eu via lá na companhia aérea, que foi meu primeiro emprego - eu já entendia que a tecnologia poderia auxiliar o ser humano -, que a tecnologia poderia auxiliar o ser humano e os dois trabalhando em sincronia e harmonia, o resultado era muito melhor. Isso vem se comprovando desde então há 23 anos.

Você é um especialista em inovação, automação e Inteligência Artificial. Como essas ferramentas podem ajudar o agente de viagens?

Todas essas ferramentas já estão o dia a dia do cliente. É acessível para os consumidores utilizar, por exemplo, o ChatGPT. Como ele já está acostumado, o mínimo que ele espera quando consome serviços ou produtos é que a tecnologia que a empresa possui é no mínimo aquela que ele tem disponível no celular dele.

Mesmo que não use todo o potencial da automação, da Inteligência Artificial (IA), o agente de viagens tem que ter o conhecimento, de saber que existe disponível no mercado e, claro, sempre que possível utilizar essas ferramentas a seu favor.

Eu dei o exemplo do ChatGPT porque é o mais democrático de utilização de Inteligência Artificial ultimamente, uma das mais poderosas que surgiram. Ela começou com uma versão gratuita e agora tem uma versão paga, ou seja, todo mundo pode acessar e se beneficiar da IA. Mas existem outras formas: você pode utilizar a Inteligência Artificial não como fim, mas como meio de conseguir alguma coisa: você pode embarcar a Inteligência Artificial em um aplicativo, no roteiro de seu cliente. Por exemplo, utilizar a Inteligência Artificial para te predizer se uma oportunidade de vendas pode ou não se concretizar. O agente de viagens pode se beneficiar dessas ferramentas através delas pura: você tem Descript para edição de vídeo, Midjourneyn para criação de imagens, Eleven Labs para sintetização de vozes e outras inúmeras..

Hoje, o agente de viagens está refém da tecnologia e das redes sociais?

Eu não digo refém, porque senão parece que a tecnologia e as redes sociais detêm o poder. O poder está com o homem, contudo existe uma necessidade de um negócio estar nas redes sociais, de estar de forma digital. Não em todas as redes sociais necessariamente, ele tem que estar na rede social onde o cliente dele está. Se o público dele é de 50+, ele não está possivelmente ou em menor número no TikTok, então ele não precisa estar presente.

Onde está a grande massa do público do agente de viagens? No Instagram? No YouTube? Então é lá que ele tem que estar. Não é que ele está refém, mas assim como antigamente as marcas estavam nas mídias tradicionais, hoje as empresas podem e devem estar nas redes sociais por uma questão de posicionamento.

A tecnologia serve para dar um suporte para você pode escalar o seu negócio. Se você tem uma tarefa repetitiva e precisa de um funcionário para fazê-la todos os dias, através da tecnologia, da automação, você consegue automatizar a tarefa e não precisa ser feita por uma pessoa. Hoje, se o agente viagem quer ter uma rentabilidade melhor, ter lucro melhor na sua empresa, se manter atrativo para seu cliente tem que utilizar a tecnologia, as redes sociais.

O slogan da Travel Next Minas é “o próximo nível do agente de viagens”. Como é o desafio de colocar esse agente em nível mais avançado e profissional?

Eu acho bastante desafiador. É um pouco estranho falar, em pleno 2024, em agentes de viagens que acham que a tecnologia é algo complicado, de outro mundo, mas a tecnologia não precisa ser complicada. E vieram ferramentas demonstrando isso. Você hoje consegue criar uma voz virtual ao clonar sua própria voz para fazer a locução de um vídeo. Qualquer pessoa consegue fazer isso, porque é texto para áudio. Se antes você precisava sentar e aprender a fazer uma edição de vídeo, hoje você tem aplicações que usam a Inteligência Artificial e editam, recortam o vídeo com os melhores momentos. Na verdade, a tecnologia veio para facilitar.

O meu papel é esse de democratizar a tecnologia, e a Travel Next Minas vai apresentar, não só através da minha curadoria, mas do conteúdo de outros profissionais, que tudo isso, processos, nova forma de vender, é acessível.

Esse é um mercado tradicional, com as operadoras trabalhando da mesma forma há muitos anos, bem resistente a mudanças. O backoffice que as agências utilizam pouco evoluíram nos últimos dez anos. Muitas vezes a tecnologia tenta encurtar caminhos, cortar intermediários, colocando a tecnologia do fornecedor, do hotel, direto para o cliente final.

Eu acredito muito na intermediação, no modelo do agenciamento de viagens. Mostrar para o agente de viagens o seu potencial, seu poder no mercado, usando tecnologia e inovação, é realmente no nosso grande desafio e nós amos conseguir.

Como surgiu essa proposta de trazer a gamificação para a feira?

No briefing do evento, a gente já definiu que seria um evento inovador. A gamificação para a feira vem para transformar os visitantes em personagens dentro desse ecossistema da feira, que têm lá suas missões, pontuam e tem suas bonificações.

Gamificação, como nome diz, é trazer o jogo para o evento, é transformar o evento uma grande brincadeira.

Claro que a parte lúdica não exclui a parte do aprendizado, de evolução, de business, de criar e gerar negócios, que é a proposta original da feira, mas de forma leve, descontraída, e que possa trazer benefícios para aquele que está engajado no resultado da feira. A gente não busca só visitantes, mas participantes.

Como vai funcionar do robô na feira?

O robô é outra forma e inovação, da Inteligência Artificial, através de vários meios, como a forma de locomoção do robô, da voz, tudo isso é gerado de forma artificial. E, além disso, ele vai interagir com os participantes da feira.

Em 2023, os auditórios deram overbooking. Esse foi o grande sucesso da Travel Next Minas. O que o agente de viagens pode esperar em termos de palestras e capacitação?

Em 2024, a Travel Next Minas terá auditórios com capacidades maiores do que 2023, já esperando repetir o sucesso de 2023. Estamos também trazendo temas que são complementares aos do ano passado, não vamos repetir muitos palestrantes, alguns sim, mas com temas atualizados, sempre olhando para a frente.

O que o agente de viagens pode esperar é um conteúdo muito bem desenhado, amarrado, entre os temas e participantes, mas com um toque de vendas, marketing, desenvolvimento pessoal, com uma pitada de inovação e tecnologia.

Como você avalia as feiras hoje e como elas serão em um futuro próximo? O olho no olho ainda é algo fundamental e insubstituível?

Eu vejo as organizações das feiras muito engajadas em levar as novidades para o mercado. Ainda é um mercado resistente às mudanças.

A Travel Next Minas nasceu da inovação, de fazer alguma coisa nova e diferente.

O olho é algo fundamental e insubstituível e sempre será, ainda mais em uma área como o turismo, hotelaria, áreas da hospitalidade. O relacionamento é muito importante. E o networking em todas as áreas é importante. No turismo, são poucos players, empresas e você conhecer quem faz parte dessa cadeia produtiva. A feira é uma oportunidade de conhecer produtos, serviços e propostas de valor, é um momento importante na feira, de conhecer possibilidades novas.

Mais informações, acesse Travel Next Minas.

 

 

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