'DROGA ZUMBI'

Rolos de papel higiênico com droga K são achados em presídio de Ribeirão das Neves

O novo método para transportar a droga para o interior da unidade prisional foi identificado durante operação da Polícia Penal

Por José Vítor Camilo
Publicado em 09 de maio de 2024 | 13:20
 
 
 
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Uma nova forma de levar a chamada "droga K" para o interior dos presídios chamou a atenção das autoridades em Minas Gerais depois que dois rolos de papel higiênico contendo a substância foram apreendidos em uma unidade prisional de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A descoberta ocorreu durante os dois dias da operação "K9", deflagrada nesta semana em presídios da cidade com o objetivo de localizar porções da droga sintética, que também é conhecidas como "droga zumbi". 

Além dos rolos de papel higiênico com símbolos da letra K, a operação pente fino também apreendeu 145 pontos (pedaços de papel) da droga nos presídios Antônio Dutra Ladeira e Inspetor José Martinho Drumond. Ao todo, 250 policiais penais e 12 cães do grupamento especializado participaram das buscas, que ainda levaram à apreensão de 18 celulares, 14 carregadores, 9 fones de ouvido, 37 porções de substância semelhante a maconha, 13 de cocaína e 11 de crack.

Ainda de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), um dos destaques foi o cão Fergus, que foi o responsável por identificar os rolos de papel higiênico com droga K apreendidos. Além disso, em outro momento, o cachorro sinalizou diversas vezes para uma das paredes de uma cela e, após os agentes quebrarem o muro, localizaram um aparelho celular. 

“Esse tipo de operação é elaborada com antecedência e requer um trabalho que envolve a expertise de muitos policiais penais, além dos nossos grupamentos especializados. Entrar em unidades do porte do Presídio Antônio Dutra Ladeira e do Presídio Inspetor José Martinho Drumond requer técnica operacional. É preciso retirar todos os presos das celas e colocá-los no pátio, para que, depois, possamos revistar cada uma das celas. Os 250 policiais penais envolvidos nas duas etapas fizeram um excelente trabalho”, disse o diretor-geral do Departamento Penitenciário, Leonardo Badaró.

Secretário diz que nem presos querem a droga nas unidades

Após o sucesso da operação, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, afirmou que nem mesmo os detentos querem a presença das drogas K no interior das unidades, devido à "agressividade" dela. 

"Temos informações de Inteligência que revelam a recusa dos próprios presos em querer agora esse tipo de droga circulando nas unidades”, disse o secretário.

No Presídio Antônio Dutra Ladeira, um dos que foi alvo da operação "K9", a direção já elaborou uma cartilha após o primeiro sinal de óbito sob suspeita de overdose pela "droga Zumbi". Após o trabalho de conscientização com os custodiados, nenhum novo óbito foi registrado na unidade, ainda conforme a Sejusp.

A pasta divulgou ainda que, somente entre janeiro e março deste ano já foram localizados nas unidades prisionais de Minas um total de 9.247 pontos de K4. Para se ter ideia, ao longo de todos os 12 meses de 2023 o Depen apreendeu cerca de 11,7 mil pontos da droga nos presídios do Estado. 

Conforme publicado por O TEMPO, entre dezembro de 2023 e março deste ano, 13 detentos morreram em dois presídios de Minas Gerais. Os casos ocorreram em unidades de Ribeirão das Neves, na região metropolitana. Do total de mortos, sete ocorreram em apenas duas semanas.

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