Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o país conta hoje com mais de 12 mil startups, o que o coloca como líder nesse segmento em toda a América Latina. Mas, antes de entender qual é o perfil dessas empresas, é importante apresentar sua definição e como se diferenciam de outros negócios.
A origem do termo vem do inglês, em que “start” significa “começar”, e “up”, em tradução literal, é “para cima”. Ou seja, conjuntamente, as palavras constroem o sentido de “começar em ascensão”, o que já define a natureza desse tipo de negócio. As startups são empresas emergentes que iniciam suas atividades com um crescimento rápido e escalável, tendo o objetivo de oferecer produtos e serviços para resolver problemas do mercado, com destaque para inovação tecnológica.
Empresas como Apple, Atari e Intel, desenvolvidas no Vale do Silício (EUA), começaram a construir uma cultura de startups na década de 1970, e, com a expansão da internet, o termo ganhou maior popularidade no final da década de 1990. As startups se diferenciam pela inovação tecnológica. A escalabilidade do negócio objetiva um crescimento exponencial, e elas operam num ambiente de riscos e incertezas. Além disso, a cultura organizacional valoriza nos colaboradores agilidade, adaptabilidade e comprometimento com o projeto, e o foco no cliente reflete a criação de produtos e serviços eficazes.
Ocupando-se do perfil desse tipo de empresa no Brasil, a Abstartups divulgou a pesquisa “Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups 2023”, que apresenta dados muito relevantes. A concentração por região do país está da seguinte forma: Sudeste (55,8%), Sul (22,2%), Nordeste (12,3%), Centro-Oeste (5,1%) e Norte (4,7%).
Os principais segmentos de startups no Brasil são edtech (10,3%), fintech (9,2%), healthtech e life science (8,9%), tech (8,6%) e retailtech (5,2%). Em relação ao desenvolvimento financeiro dessas empresas, 37,5% já receberam investimento, sendo R$ 1,2 milhão a média de aporte; 32,4% estão em fase de atração de investimento; 43,1% receberam recursos de investidores-anjo, e 68,9% captaram investimentos da própria cidade ou Estado.
Outro dado destacado pela pesquisa é que 40,3% das startups brasileiras utilizam SAAS (Software As a Service) como modelo para gerar receita, e 32,4% têm soluções direcionadas para empresas (B2B) e empresas e consumidor final (B2B2C). Sobre o modelo de trabalho preferido das startups, o home office se destaca, com 47,7%, seguido do regime híbrido, com 39,7%.
No que diz respeito à expansão do negócio, os dados revelaram que 61,2% das empresas pretendem se internacionalizar em breve, enquanto 10,8% já são internacionalizadas. A pesquisa ainda demonstrou que apenas 19,7% são fundadas por mulheres, e 23,7% por pessoas pretas e pardas, sendo 40,3% dos fundadores pós-graduados.
O estudo apresenta uma riqueza de informações, com dados que apontam pontos a serem avançados e indicativos de que o Brasil se destaca nesse ramo empresarial na América Latina.
Douglas Arantes é gerente regional da Amcham Minas Gerais