ROSÁRIO

Galo joga pela Libertadores na cidade mais perigosa da Argentina; entenda

Rosário é uma cidade tradicional no futebol, onde nasceu o ídolo Messi, mas vive uma onda de violência devido à disputa pelo tráfico de drogas

Por O Tempo Sports
Publicado em 07 de maio de 2024 | 17:09
 
 
 
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O Atlético joga nesta terça-feira (07 de maio) na cidade mais perigosa da Argentina. Rosário, terceiro maior município do país, é tomada pela disputa do tráfico de drogas e palco da criminalidade e violência diariamente. A partida pela Libertadores contra o Rosario, time que recebe o mesmo nome da cidade, acontece às 19h,  no estádio Gigante de Arroyito.

O time argentino não contará com a presença da torcida. A decisão de ter o jogo com portões fechados é uma punição imposta pela Conmebol, após o lateral esquerdo, Maxi Olivera, do Peñarol, ter sido ferido com uma pedra, jogada por torcedores argentinos em uma partida anterior, também pela Libertadores.

A violência na cidade não se resume apenas ao estádio e ao futebol. A disputa do tráfico de drogas por territórios do município faz com que moradores convivam com uma onda de criminalidade que assusta até as autoridades argentinas. Em março, um trabalhador de um posto de gasolina, dois taxistas e um motorista de ônibus foram mortos a tiros aleatoriamente na cidade.


Números também mostram que Rosário tem a maior taxa de homicídios do país. Segundo um dado divulgado pela BBC,  do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Tres de Febrero, em 2020, a cidade teve 16,4 mortes para cada 100 mil habitantes. O índice é maior que ao da favela mais perigosa de Buenos Aires. A taxa é quatro vezes maior que a média nacional.


Rosário é o principal porto exportador de produtos agrícolas da Argentina. Porém, o mar também é o canal para o contrabando de drogas, principalmente a cocaína, para países da Europa e Oceania. A disputa territorial dessas facções, que desejam controlar os bairros e periferias da cidade, transformou a vida de moradores, multiplicando o número de assassinatos.


Também em março, a cidade teve todos os serviços paralisados como uma forma de protesto. Trabalhadores decidiram congelar seus serviços em repulsa à onda de violência. Aulas foram canceladas, comércios fechados e os meios de transporte público também não funcionaram.

A Globo, emissora brasileira que detém os direitos de imagem da Libertadores,  optou por não enviar jornalistas para cobrir o jogo em Rosário, justamente devido à falta de segurança da cidade. Alguns jornalistas independentes do Galo também preferiram cobrir o jogo a distância. 

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