"Quando a comunidade do voleibol se une em prol de algo, somos muito fortes". As palavras de Daniel da Luz, ex-atleta com mais de duas décadas de carreira, ilustram perfeitamente o movimento iniciado por ele junto a outros dois colegas, Rafael Fantin (Dentinho) e Henrique Hubner, em prol do Rio Grande do Sul. O estado que sofre com as consequências da pior enchente em sua história.
Moradores de Bento Gonçalves, eles veem de perto os estragos causados pela chuva e pelos desmoronamentos no sul do país. Com vontade de agir, os três criaram uma verdadeira corrente do bem entre astros do vôlei para arrecadação de fundos. Daniel falou com a reportagem de O TEMPO Sports sobre a campanha.
No último domingo (5/5), atletas e ex-atletas foram chamados a doarem camisas que serão rifadas para fãs e amantes do vôlei. Todos o dinheiro arrecadado pela rifa será doado para a reconstrução das cidades e das vidas afetadas pela tragédia.
"O movimento tomou uma proporção que eu sinceramente não estava esperando. Até agora arrecadamos 87 camisas e a contagem está só aumentando", contou Daniel.
E os nomes são inúmeros. Começando por Bruninho, capitão da seleção brasileira e um dos grandes incentivadores e divulgadores do movimento, passando por Pri Daroit, Tande, Honorato, Cachopa, Filipe Ferraz, Fernanda Garay, Lucão, Kasiely... A lista é gigantesca. Até mesmo estrelas de outros países entraram na corrente, doando camisas de seleções como Argentina, Venezuela e Cuba.
“O esporte passa, nós nem lembramos dos resultados da época que a gente jogou. O que fica é a amizade", falou Daniel.
Jogadores e jogadoras que quiserem se voluntariar a doar camisas podem entrar em contato com Daniel pelo Instagram (@atleta.investidor). Para adquirir números da rifa, basta acessar o site (https://suarifa.digital/rifa/volei-solidario-rio-grande-do-sul) e seguir o passo a passo descrito na página.
"Estimamos 2 mil números, mas agora, com essa proporção, vamos pensar em aumentar. Graças a Deus nosso país tem salvação, porque muita gente se solidarizou", desabafou.
Bento Gonçalves é uma das cidades que estão em local mais elevado, portanto, não foi tão afetada pelas chuvas, porém, desmoronamentos ao redor deixaram os moradores ilhados. Segundo Daniel, todo acesso é feito somente por helicópteros.
"Depois que a água abaixar e conseguirmos ver o tamanho do estrago, vamos precisar de recursos financeiros para poder reconstruir tudo. Muita gente perdeu tudo. Não é que a terra caiu por cima da estrada, ela desabou as estrada. Estamos ilhados, só tem acesso por helicóptero. É um cenário de guerra”, relatou o ex-jogador.