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De invasão de facções a 'despejo' de cão no metrô; veja o que foi notícia em MG

Semana foi marcada por crise na segurança pública, mas outras notícias também chamaram a atenção dos mineiros

Por O TEMPO
Publicado em 27 de abril de 2024 | 07:00
 
 
 
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Minas Gerais teve uma semana repleta de notícias, que vão desde um pequeno distrito de Itabirito, na região Central, que está ameaçado por um empreendimento minerário, até a um cãozinho que vive há 8 anos em estação e está para ser expulso pela Metrô BH, passando pela morte de um mega-traficante do PCC e operações que escancararam a invasão de facções de outros Estados em Minas Gerais. 

Abaixo, O TEMPO traz cinco notícias para manter você atualizado sobre o que foi destaque em BH e em Minas Gerais na última semana: 

Bação ameaçado

Com quase 300 anos de idade e pouco mais de 600 moradores, São Gonçalo do Bação, distrito de Itabirito, na região Central de Minas Gerais, é conhecido por sua tranquilidade e belezas naturais, com cachoeiras e construções históricas. Porém, a paz e a natureza da região estão ameaçadas, segundo quem vive no local, pela construção de um terminal de minério. O empreendimento deve escoar, diariamente, 15 mil toneladas de minério de ferro, gerando um trânsito de até 800 caminhões no caminho do povoado.

Segundo os moradores, o terminal ficará a apenas 500 metros da vila e a menos de 100 metros de alguns sítios, pousadas e de um restaurante. Além disso, todo o minério será estocado em uma área acima de uma das principais atrações do distrito — a cachoeira Bem-Vinda — e cercada por três córregos que são de extrema importância para a bacia do rio das Velhas.

Nem Sem Terra executado no interior

Considerado um dos maiores traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais, Carlos Alexandre da Silva Juscelino, o Nem Sem Terra, de 42 anos, foi assassinado na cidade de Patrocínio, no Alto Paranaíba. Os autores do atentado a tiros foram dois homens que estavam vestindo fardas semelhantes às utilizadas pela Polícia Militar (PM).

No registro feito pela PM, consta que a esposa do traficante, uma mulher de 39 anos, relatou que os dois estavam em casa quando alguém bateu no portão e ela foi até lá para atender. Antes de abrir, ela perguntou quem seria, ouvindo como resposta que se tratava da polícia. Após abrir o portão, ela então se deparou com dois homens vestindo fardas. Com um papel em uma das mãos, um deles disse que eles estariam no local para fiscalizar o "cumprimento das condicionantes impostas pela Justiça" ao seu marido, atirando várias vezes contra o criminoso em seguida.

Conhecido por ser integrante do PCC e comandar o tráfico de drogas no Morro das Pedras, favela localizada na região Oeste de Belo Horizonte, Nem Sem Terra já foi preso por tráfico de drogas e homicídios. Líder do tráfico no aglomerado ao longo dos anos 90 e 2000, ele foi condenado a mais de 70 anos de prisão na soma das penas. Ele foi morto uma semana após conseguir a liberdade provisória.

Roubo de café 

Criminosos furtaram uma fazenda na cidade de Abre Campo, na Zona da Mata, e fugiram levando 105 sacas de café limpo. Os suspeitos utilizaram um caminhão da fazenda para realizar o transporte da carga furtada. Eles ainda entraram no imóvel e levaram a central de câmeras de segurança, além de R$ 12 mil em dinheiro que estavam no cofre do escritório. 

Durante buscas, a PM localizou o caminhão usado para o transporte das sacas de café abandonado em uma estrada vicinal às margens da BR 262. A carga, entretanto, não foi localizada.

Facções 'apadrinham' crime em MG

O "apadrinhamento" de organizações criminosas mineiras por facções de outros Estados ganha força em Minas Gerais e desafia as Forças de Segurança Pública do Estado. A união entre traficantes com atuação em cidades mineiras com residentes em outros locais, como Rio de Janeiro e São Paulo, se intensificou após a pandemia, com transferência de expertise entre criminosos e chegada de armamento bélico pesado em Minas.

A situação tem sido combatida por meio de operações policiais e prisão de várias lideranças do crime. Uma delas na manhã desta terça-feira (23 de abril), em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata mineira. Nove pessoas ligadas ao Comando Vermelho (CV) foram presas suspeitas dos crimes de tortura e de formação criminosa. Somente nos últimos oito dias, foram realizadas quatro operações contra grupos formados por integrantes do CV e do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado. 

Falta de estrutura das polícias

Enquanto facções criminosas de fora do Estado ‘tomam conta’ de Minas Gerais, policiais, prefeitos e representantes das forças de segurança denunciam a precariedade que coloca em xeque o combate à criminalidade. Com salário inicial de R$ 5.097 e ganhos líquidos de cerca de R$ 4 mil, policiais militares se sentem desvalorizados — a quantia é quase 40% menor do que a paga no Paraná, no Sul do Brasil, que lidera o ranking de remuneração. Além disso, os agentes precisam lidar com a falta de estrutura para trabalhar. Denúncias dão conta de que até pneus de viaturas precisam ser doados pelos municípios.

Um dos principais fatores que dificultam o combate ao crime, segundo policiais entrevistados pela reportagem, é a falta de efetivo. “Temos até viaturas, mas muitas estão paradas no pátio, pois faltam policiais. Isso prejudica as ações de combate e repressão ao tráfico de drogas, por exemplo”, diz um agente em anonimato. 

Morte na UPA Centro-Sul

As causas da morte de Mariane Silva Torres, de 26 anos, na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Centro-Sul, em Belo Horizonte, estão investigadas pela Polícia Civil. A paciente morreu na unidade, na última terça-feira (23 de abril), após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A família denuncia negligência médica, enquanto a prefeitura alega que toda assistência necessária foi oferecida. 

João Coelho, de 25 anos, era namorado de Mariane e conta que trabalhava na região metropolitana de Belo Horizonte quando recebeu um telefonema da parceira. “Quando saí do apartamento, ela estava bem. Tinha acordado tranquila, feliz e tomou café da manhã normalmente. Porém, no horário do almoço me ligou falando que ia para a Upa, pois sentia dores e dormência na perna”, contou. 

Após a repercussão das denúncias, nesta sexta-feira (26) a Prefeitura de BH anunciou que deu 72 horas para a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), entidade vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), prestar esclarecimentos sobre o atendimento médico prestado à paciente.

Despejo animal

Protetores da causa animal denunciam que a empresa Metrô BH, responsável pela circulação dos trens de passageiros na capital e em Contagem, tenta expulsar um cachorrinho 'adotado' pelos funcionários da estação José Candido da Silveira, no bairro Santa Inês, região Leste de Belo Horizonte. O animal vive do lado de fora da plataforma, antes das catracas, há pelo menos 8 anos.

Candinho, como é chamado pelos usuários e funcionários do metrô, teve vasilhas de comida, água e roupas de cama retiradas de uma das entradas da estação por determinação da concessionária. Entretanto, a medida vigorou por pouco mais de um mês, uma vez que protetores da causa animal e advogados que transitam pelas dependências da estação sentiram falta do bichinho e do espaço reservado para ele. O grupo, então, procurou a companhia, que decidiu recuar da determinação. 

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