Balanço
João Vítor diz que conheceu 'cidade de verdade' na campanha e critica Kalil
Candidato disse que a ausência do prefeito nos debates prejudicou a discussão sobre os principais problemas da capital
13/11/20 - 14h02
A dois dias para a realização do primeiro turno, o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo Cidadania João Vítor Xavier fez um balanço positivo sobre a campanha, que teve início em 27 de setembro. Ele destacou que durante o período conseguiu conhecer as diferentes realidades existentes na capital e fez críticas ao atual prefeito Alexandre Kalil (PSD).
“Pude rodar a cidade toda, conhecer ainda mais Belo Horizonte. Uma candidatura a prefeito te dá muita oportunidade de conversar de perto com as pessoas, de ver a cidade que não está na propaganda oficial milionária da prefeitura, de ver uma cidade de verdade”, disse, pontuando problemas que lhe foram apresentados ao longo da campanha. Um deles foi a situação dos moradores de regiões limítrofes da cidade, que se queixam do transporte público.
O candidato também disse pôde conhecer o que chamou de “cidade de verdade”. “(Tive a oportunidade) de ver um belo-horizontino que trabalha muito, que paga muito imposto e tem muito pouco retorno da prefeitura”, afirmou.
Em meio a uma campanha atípica em virtude da pandemia do novo coronavírus, João Vítor disse que a principal dificuldade foi a ausência de Kalil nos debates. “A principal dificuldade é a falta de boa vontade de alguns de debater a cidade. (A campanha) sem debates, com o prefeito fugindo das sabatinas na reta final, com ele não dando explicação sobre sua gestão e contando com colaboração grande para que isso acontecesse”, criticou, afirmando que Belo Horizonte durante a campanha deste ano “foi uma cidade que alguns tentaram discutir e que um evitou”.
Medidas restritivas
Questionado se as medidas restritivas impostas pela pandemia atrapalharam a campanha, o candidato do Cidadania afirmou que elas deveriam estar sendo debatidas. “Vi os números sobre isso que a infecção já passou daquela marca de 1,06”, disse, referindo-se à taxa de transmissão da Covid-19 na capital. “Isso é maior que em alguns momentos que a cidade ficou fechada. Acho que esse deveria ser o debate do momento. Por que a cidade naquela época ficou fechada e agora está aberta? Por que ele está em campanha? Não era a ciência?”, questionou.
Nesse cenário, João Vítor acusou o atual gestor de estar sendo incoerente na condução das ações. “Era balela antes (durante o período mais crítico) ou agora? (O índice) serviu para quebras as pessoas no passado, mas agora agora a ciência não serve mais?”, questionou.
Segundo os dados da prefeitura, a última vez em que o índice de transmissão atingiu 1,06 foi no dia 9 de outubro, já no período de flexibilização das atividades econômicas na capital. A taxa mais alta registrada em Belo Horizonte foi de 1,24 no dia 29 de maio.
A reportagem entrou em contato com a equipe do prefeito Alexandre Kalil (PSD), mas não obteve um retorno até a publicação desta matéria.